Doleiro amazonense movimentou US$ 114 milhões de forma ilegal, diz Polícia Federal

Operação Papel Carbono cumpre cinco mandados de prisão, busca e apreensão em Manaus e São Paulo ─ FOTO: Divulgação

 

Manaus (AM) ─ A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (12/12) a Operação Papel Carbono que investiga um suposto doleiro ─ de nome não informado -, dono de uma casa de câmbio no edifício Antônio Simões, na avenida Sete de Setembro, no Centro. O alvo, segundo a PF, seria o responsável por gerir operações ilegais em Manaus e em São Paulo (SP).

 

De acordo com as investigações, as operações, conhecidas como “câmbio paralelo” (troca de moeda estrangeira sem a devida documentação ou recolhimento de impostos) e “dólar-cabo” (transferência de dinheiro para o exterior sem o conhecimento do Banco Central), movimentaram ilegalmente a quantia estimada de US$ 114 milhões de dólares.

 

Na ação da PF foram mobilizados 30 policiais para o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Manaus e capital paulistana. As ordens judiciais também abrangem o sequestro e a indisponibilidade de bens do investigado, totalizando R$ 428 milhões, e incluem a suspensão das operações da empresa envolvida e de outras 38 correspondentes cambiais.

 

As investigações iniciaram depois que policiais federais, em novembro de 2019, encontraram com investigado R$ 150 mil em espécie em uma mala no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. O dinheiro estava encoberto por revistas e papéis carbono, possivelmente como forma de esconder o conteúdo quando submetido à inspeção por raio-X.

 

Durante a investigação, foi constatado que o alvo da operação realizava operações de “câmbio paralelo” e “dólar-cabo”, trocando moeda estrangeira fora dos canais oficiais autorizados pelo Banco Central e sem a documentação necessária ou o recolhimento dos impostos devidos.

 

Outro método utilizado era a realização de operações de câmbio simuladas. Neste caso, a entrega de moeda estrangeira era registrada em nome de pessoas falecidas ou de indivíduos que não residiam nas áreas de atuação das casas de câmbio ou suas correspondentes. O objetivo era ocultar a verdadeira origem e o real destino dos valores transacionados.

 

Os envolvidos poderão ser responsabilizados pelos crimes de gestão fraudulenta, falsa identidade para realização.

 

Da Redação com informações da assessoria de imprensa

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