URGENTE | Crise no Esporte expõe a falta de comando no Governo do Amazonas  

Jorge Elias foi escolhido pelo governador Wilson Lima, mas a pasta do Esporte continua inerte ─ FOTO: Reprodução

 

Manaus (AM) ─ A mais recente polêmica envolvendo a Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel) e a perda da oportunidade de Manaus sediar jogos da Copa de Futebol Feminino vai além da flagrante falta de preparo de seu titular, Jorge Elias Costa de Oliveira, nomeado pelo governador Wilson Lima (União Brasil) como promessa de melhorar o desporto no Estado.

O caso escancara, de forma preocupante, uma possível ausência de comando centralizado e de mecanismos eficientes de controle por parte do chefe do Executivo estadual.

A inabilidade da Sedel em articular a vinda de um evento esportivo de grande magnitude, culminando no pedido de exoneração do secretário por deputados da própria base governista na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), lança uma sombra sobre a capacidade da atual gestão de conduzir pastas estratégicas com a diligência necessária.

A omissão e a falta de proatividade de uma secretaria importante como a de Esportes sugerem uma possível lacuna na supervisão e na cobrança de resultados por parte do Palácio do Governo.

A indicação de Jorge Elias, apadrinhado pela base aliada na Aleam, e a subsequente inércia da pasta levantam um debate incômodo: quem está realmente no controle? A falta de escrutínio rigoroso por parte dos deputados governistas que deveriam fiscalizar as indicações e a atuação do Executivo, alimenta a percepção de um sistema onde interesses políticos parecem se sobrepor à competência técnica e ao bem-estar da população.

A declaração contundente do deputado Ednailson Rozenha (PMB) e atual presidente da Federação Amazonense de Futebol (FAF), ecoa um sentimento crescente na sociedade amazonense: a de que a incapacidade de gestão em uma secretaria específica pode ser um sintoma de um problema maior.

Se o governo não consegue garantir a articulação para um evento esportivo com potencial de impacto econômico e social, como assegurar a eficiência em áreas sensíveis como a Segurança Pública, a Educação e a Saúde?

A crescente insatisfação dos parlamentares com a condução amadora da Sedel reflete uma possível perda de controle do governo sobre sua própria base de apoio no Legislativo.

O pedido de exoneração, endossado por outros deputados, sinaliza uma ruptura na narrativa de coesão governamental e expõe a fragilidade de um sistema que parece tolerar a ineficiência em nome de alianças políticas.

A situação da Sedel serve, portanto, como um alerta vermelho para a sociedade amazonense. A aparente falta de comando e de mecanismos de controle eficazes pode estar comprometendo a capacidade do governo de atender às demandas da população e de aproveitar oportunidades para o desenvolvimento do estado.

A inércia em uma pasta não é um fato isolado; pode ser o reflexo de uma gestão hesitante e sem a firmeza necessária para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente e que os cargos estratégicos sejam ocupados por profissionais qualificados e comprometidos com o interesse público.

Enquanto a Secretaria de Estado do Desporto e Lazer e os deputados aliados permanecem em silêncio, a sociedade amazonense observa atentamente, questionando se a falta de comando no setor esportivo é apenas a ponta de um iceberg de uma gestão que parece ter perdido o rumo.

 

Da Redação

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