
Manaus (AM) ─ O governador Wilson Lima (União) enviou à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) a Mensagem Nº 152/2025, solicitando autorização para contratar seu quarto empréstimo de grande porte. A nova operação de crédito, junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), é no valor de até US$ 60 milhões (aproximadamente R$ 300 milhões na cotação atual), destinada ao programa Progestão-AM.
O novo endividamento dispara um alerta no cenário financeiro e político: o governador, em seu segundo mandato, acumula agora pedidos que somam a bagatela de R$ 8,327 bilhões em operações de crédito, contribuindo para um endividamento total do Amazonas que já supera os R$ 17 bilhões.
O programa Progestão-AM visa, segundo o governo, a “aprimorar a gestão pública estadual, com foco na racionalização das despesas e na modernização dos instrumentos de gestão”.
A justificativa de buscar empréstimo para “melhorar a gestão” é o ponto central da crítica. O governo do Amazonas opera em 2025 com um orçamento que ultrapassa os R$ 31 bilhões. A análise política questiona como, com um volume orçamentário recorde, o Executivo ainda precisa onerar o estado com dívidas internacionais para implementar reformas estruturais de eficiência administrativa.
A realidade contrasta com a necessidade de endividamento:
Saúde, educação e segurança: Mesmo com R$ 31 bilhões em caixa este ano, as pastas prioritárias continuam sendo alvo de reclamações constantes sobre a prestação de maus serviços, falhas logísticas e ineficácia na aplicação dos recursos.
O custo da dívida para o amazonense ─ Empréstimos internacionais, como os do BIRD, são de longo prazo (podendo se estender por 15 a 30 anos) e carregam juros, taxas de administração e comissões.
Veja o pedido:
Considerando o valor principal de US$ 60 milhões, o custo final desse empréstimo para o estado do Amazonas (pago em reais, sujeito à variação cambial, juros e encargos) pode chegar a R$ 450 milhões ou mais.
Isso significa que o governo está contratando uma dívida que custará aos cofres públicos um valor entre 1,5 a 2 vezes maior que o montante principal, onerando gerações futuras com o pagamento de uma dívida contraída para resolver problemas de gestão que deveriam ser solucionados com o próprio orçamento bilionário.
A Mesma política de endividamento para custeio e gestão, sem resultados concretos nas áreas sociais, é vista como um risco fiscal que o Amazonas não pode mais suportar.
O novo pedido é o 12º (dentre solicitações de crédito e remanejamento) protocolado pelo governo Wilson Lima nos dois mandatos, solidificando um legado de endividamento exponencial para o estado.
Da Redação







