
Manaus (AM) – O deputado Federal Átila Lins (PSD-AM) utilizou a tribuna da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (1º/07), para reforça a denúncia da truculência das operações de fiscalização ambiental no Sul do Amazonas, conduzidas pelo Ibama, ICMBio e Polícia Federal.
O parlamentar reiterou a profunda preocupação com os excessos registrados em Apuí (distante 455 quilômetros de Manaus) na semana passada e o iminente risco de apreensões desproporcionais em Boca do Acre (a 1.026 quilômetros da capital), clamando por diálogo, respeito e humanidade nas ações dos órgãos federais.
Em seu discurso, o decano amazonense relembrou o trauma ainda presente na população de Apuí, que vivenciou uma operação marcada por excessos e destruição de propriedades e maquinários, deixando famílias em estado de choque.
─ Felizmente, a operação Atmosfera, em Apuí, foi paralisada e há expectativa de que um canal de negociação seja aberto, dado que muitas propriedades foram destruídas e maquinários queimados, deixando as famílias em estado de choque. Esperamos que os acontecimentos tão desastrosos de Apuí não se repitam em Boca do Acre -, afirmou Lins, enfatizando a gravidade do ocorrido e a necessidade de que tais abusos não se repitam.
Alerta para Boca do Acre e o grito de alerta da comunidade ─ A preocupação com Boca do Acre se intensificou após o Ibama publicar, em 5 de junho, o edital de notificação nº 5, da diretoria de Proteção Ambiental, que embarga mais de 100 propriedades rurais.
Este edital exige a retirada de animais domésticos e exóticos e a interrupção imediata de qualquer atividade agrossilvipastoril em 30 dias, gerando grande apreensão e medo entre os moradores.
Em resposta a essa ameaça, autoridades e a comunidade de Boca do Acre se reuniram em 26 de junho para fazer um “grito de alerta”.
O encontro, que contou com a presença do prefeito Frank Barros, do secretário de Governo Gean Barros, do vice-prefeito Luís Alves, vereadores, produtores rurais, pecuaristas, comerciantes, empresários e lideranças comunitárias, buscou posicionar a comunidade diante de algo que ameaça diretamente a tranquilidade, a economia e a dignidade dos moradores.
─ A apreensão e o medo tomaram conta das famílias, com produtores questionando se suas propriedades, mesmo regularizadas, serão invadidas, se maquinários adquiridos com sacrifício serão destruídos, e se serão tratados como criminosos do dia para a noite, mesmo operando dentro da legalidade -, relatou o parlamentar.
Átila Lins enfatizou que a comunidade não está defendendo o ilegal, reconhecendo a importância da preservação ambiental para o futuro do País. Contudo, o parlamentar criticou veementemente a prática de colocar todos no mesmo saco, como se quem produz fosse automaticamente culpado.
─ Há produtores e pecuaristas que seguem rigorosamente a legislação, preservam a área de reserva legal, empregam e geram renda para o Município, e essas pessoas merecem respeito, segurança jurídica e apoio -, concluiu o deputado, reforçando a necessidade de ações fiscalizatórias justas e que considerem a realidade e o esforço daqueles que trabalham dentro da legalidade na região.
Da Redação, com informações da assessoria de imprensa







