
Manaus (AM) ─ Uma expressiva maioria da população do Amazonas demonstra insatisfação com o segundo mandato do governador Wilson Lima (União Brasil). É o que revela uma pesquisa do site RealTime1 divulgada nesta quarta-feira (09/04), apontando que 63% dos 1,5 mil entrevistados em Manaus, entre os dias 2 e 5 de abril, desaprovam a atual administração estadual.
Este índice de rejeição, um dos mais altos registrados nos últimos doze anos, levanta sérias questões sobre a percepção da população em relação à condução dos recursos públicos e ao impacto das ações governamentais no estado.
Os dados da pesquisa detalham o nível de descontentamento: 23% dos amazonenses classificam a gestão de Wilson Lima como “péssima”, enquanto 24% a consideram “regular” – uma avaliação que não configura aprovação popular. Outros 8% a julgam “ruim negativo” e mais 8% como “regular negativo”.
Em contraste, apenas uma parcela minoritária expressa aprovação: 9% avaliam o governo como “ótimo”, 19% como “bom” e 9% como “regular positivo”, totalizando uma aprovação fragmentada de apenas 37% dos entrevistados na capital.
Veja o quadro:
A forte rejeição popular contrasta drasticamente com os níveis de aprovação de governos anteriores. Em 2013, por exemplo, uma pesquisa Ibope indicava o então governador Omar Aziz (PSD) com uma taxa de aprovação de 74%. A significativa diferença sublinha um crescente descontentamento com a atual gestão.
Diversos fatores contribuem para essa expressiva desaprovação. Um dos principais é o fato de o governador Wilson Lima ser réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob a suspeita de desvios de recursos públicos na controversa compra de ventiladores pulmonares durante o auge da pandemia da Covid-19. Essa acusação mina a confiança da população na probidade da administração estadual.
Adicionalmente, a percepção de que o governo não tem priorizado efetivamente o interesse público se intensifica diante de um cenário de vultosos recursos movimentados sem um legado de obras significativas para a população.
Nos últimos três anos, a gestão estadual movimentou cerca de R$ 100 bilhões em orçamento, um montante expressivo que, na visão de muitos, não se traduziu em melhorias tangíveis na qualidade de vida dos amazonenses.
A persistência de altos índices de criminalidade e as filas intermináveis de cirurgias eletivas nos hospitais e prontos-socorros de Manaus e do interior são exemplos concretos da aparente ineficácia dos investimentos e da falta de prioridade em áreas cruciais para o bem-estar da população.
A pesquisa RealTime1 expõe um cenário de crescente frustração e questionamento sobre a real aplicação dos recursos públicos no Amazonas, levantando dúvidas sobre o compromisso da atual gestão com as necessidades e anseios da sua população.
A ausência de obras de impacto e a continuidade de problemas estruturais em áreas essenciais alimentam a percepção de que o interesse público não tem sido a prioridade da administração estadual, apesar do volume significativo de recursos movimentados.
Da Redação