
Manaus (AM) — O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), consolidou-se como o gestor estadual mais rejeitado do país pelo segundo ano seguido. De acordo com o levantamento da AtlasIntel divulgado nesta quarta-feira (17/12), Lima aparece com 65% de desaprovação e apenas 25% de aprovação, ocupando a 27ª posição no ranking nacional.
O cenário é uma repetição do desempenho de 2024, quando o governador já figurava no topo da lista de reprovação popular, evidenciando uma crise de confiança que não dá sinais de melhora.
O que mais intriga analistas políticos e revolta a população é o chamado “Paradoxo Amazonense”. O governo estadual tem batido recordes de arrecadação e destinado cifras bilionárias para áreas essenciais, como saúde, segurança pública e educação.
No entanto, esses recursos parecem não transpor a barreira da burocracia ou da má gestão, já que o cidadão na ponta final continua sofrendo com serviços precários.
Leia também Wilson Lima é o pior governador do Brasil e puxa Roberto Cidade para o fundo
Leia também Rejeitado pelo povo, Wilson Lima aparece em terceiro na corrida ao Senado
Leia também Governador faz novo empréstimo e deixa um legado de dívidas ao Amazonas
O estado mais violento ─ A segurança é, talvez, a ferida mais exposta da gestão. Embora o governo ostente investimentos massivos em viaturas e tecnologia, o Amazonas é o estado com maior número de mortes violentas em proporção à população, segundo dados consolidados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e do Atlas da Violência.
Guerra de facções: O interior do estado e a capital Manaus tornaram-se campos de batalha para o crime organizado.
Sensação de insegurança: O aumento de feminicídios, latrocínios e a letalidade policial colocam o Amazonas em um patamar crítico que afugenta investimentos e apavora a população.
Falta de remédios e calote em profissionais ─ Na saúde, a situação é descrita por pacientes como “desesperadora”. Mesmo com um orçamento que consome uma das maiores fatias do tesouro estadual, as reclamações são recorrentes:
Prateleiras vazias: Defensoria Pública e Ministério Público (MPAM) investigam a falta crônica de medicamentos básicos e insumos em todos os 62 municípios do estado.
Infraestrutura precária: Hospitais da rede estadual, como o 28 de Agosto e o João Lúcio, enfrentam problemas estruturais que vão de goteiras a equipamentos de exames quebrados.
Crise de pagamentos: O governo acumula atrasos no repasse para cooperativas e empresas terceirizadas, o que resulta em greves e paralisações de médicos, enfermeiros e maqueiros, que ficam meses sem receber salários.
Reflexo político e o caminho para 2026 ─ A pesquisa AtlasIntel não é apenas um número, é um termômetro político. Enquanto governadores como Ronaldo Caiado (GO) celebram 80% de aprovação focando em eficiência administrativa, Wilson Lima isola-se na lanterna.
A alta rejeição coloca em xeque a capacidade do governador de influenciar as eleições de 2026 e levanta questionamentos sobre a eficácia da aplicação do dinheiro público no Amazonas.
Para o eleitor, a conta é simples: se o investimento é bilionário, por que o serviço continua sendo “nota zero”?
Da Redação








