Justiça interdita DIP em Uarini e expõe falhas do governo no interior  

Em junho de 2020, o MPAM fez inspeções no DPI de Uarini e encontrou cenas de abandono das estruturas ─ FOTO: Divulgação/MPAM  

 

Manaus (AM) ─ A Justiça do Amazonas determinou a interdição total da carceragem do 58º Distrito Integrado de Polícia (DIP) do município de Uarini, a 564 quilômetros de Manaus. A decisão é um reconhecimento da falta de estrutura física das unidades policiais no interior, algo que o Ministério Público do Amazonas (MPAM) e o portal amazonas365 têm denunciado há vários anos.

A medida expõe as falhas da gestão do governo de Wilson Lima, que, apesar de ter gasto mais de R$ 21 bilhões em segurança pública nos últimos sete anos e meio, não conseguiu garantir condições mínimas de trabalho para os policiais e de dignidade para os presos.

Só este ano de 2025, Governo do Amazonas dispõe de um orçamento superior a R$ 31 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões são destinados a investimentos na segurança pública.

Além de Uarini, casos semelhantes de falta de estruturas físicas foram encontrados nos DIPs dos municípios de Nhamundá, Nova Olinda do Norte, Manacapuru e Barreirinha.

A decisão atendeu a um pedido de Ação Civil Pública (ACP) do MPAM. Na manhã desta terça-feira (26/08), todos os detentos foram transferidos para Manaus. A ação foi movida após inspeções que revelaram um cenário de superlotação, insalubridade extrema e riscos à segurança pública.

A carceragem, com capacidade para apenas oito pessoas, abrigava 46 presos. Além disso, a única mulher detida estava em uma área improvisada na cozinha, sem as mínimas condições de dignidade.

O juiz Daniel do Nascimento Manussakis reconheceu a situação de colapso da unidade e a omissão do Estado em tomar medidas efetivas. Ele determinou a interdição da carceragem, a transferência de todos os detentos e proibiu a reclusão por mais de 72 horas.

Em caso de descumprimento, o governo será multado em R$ 50 mil por dia. A decisão joga os holofotes sobre a crise no sistema de segurança do interior e reforça a necessidade de investimentos que, de fato, melhorem a realidade das delegacias e garantam os direitos básicos de todos os envolvidos.

Da Redação, com informações da assessoria de imprensa

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