
Manaus (AM) – Longe dos holofotes da capital, a realidade da segurança pública em Amaturá, município a 1.135 quilômetros de Manaus, expõe uma defasagem alarmante: os policiais civis da 49ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) operam com armamento obsoleto, limitados a espingardas calibre 12.
Enquanto isso, o Governo do Amazonas, com um orçamento robusto de R$ 31,4 bilhões para 2025, parece não priorizar investimentos essenciais para a segurança pública de seus agentes e da população. A situação de Amaturá não é diferente de outras cidades amazonenses.
A situação é tão grave que o Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio da 1ª Promotoria de Justiça do município, precisou intervir. A Recomendação nº 003/2025, assinada pela promotora Suelen Shirley Rodrigues da Silva Oliveira, é direta e urgente: a Polícia Civil da cidade precisa de fuzis de maior alcance e precisão, com calibres .556 NATO ou .762, além de munições compatíveis e capacitação técnica para os agentes.
─ Essa medida considera as peculiaridades da cidade de Amaturá, que se encontra em região fronteiriça e tem todas as comunidades acessíveis apenas pela via fluvial, o que demonstra a necessidade de armamentos mais adequados para a região -, destacou a promotora Suelen Shirley.
Para ela, a inadequação do armamento atual compromete a eficácia das operações policiais e coloca em risco tanto os agentes quanto a população.
A espingarda calibre 12, com seu curto alcance, é claramente insuficiente para as demandas de uma região fronteiriça, onde as operações policiais frequentemente enfrentam o crime organizado com armamentos pesados.
Essa discrepância entre o arsenal da polícia e a realidade do crime em uma área de difícil acesso fluvial é um alerta contundente sobre a negligência no aparelhamento das forças de segurança no interior do estado.
O MPAM, que exerce o controle externo da atividade policial, deu um prazo de 90 dias para a Delegacia-Geral de Polícia Civil e o Departamento de Polícia do Interior da PC-AM apresentarem um plano de ação, incluindo um cronograma de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos.
A falta de armamento adequado não é apenas uma questão de equipamento, mas um reflexo direto da ausência de prioridade na segurança pública, uma lacuna que os R$ 31,4 bilhões de orçamento do estado em 2025 poderiam, e deveriam, preencher.
Da Redação, com informações da assessoria de imprensa