Prefeito Simão Peixoto e primeira-dama são alvos de operação por fraudes em licitações em Borba  

Simão Peixoto não foi encontrado e está sendo considerado foragido da Justiça - FOTO: Internet

 

Manaus (AM) ─ O prefeito do município de Borba, Simão Peixoto (União Brasil) foi preso, nesta terça-feira (23/05), durante operação organizada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Amazonas (MPAM). Ele é investigado por suspeita de fraude em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

 

Além de Peixoto também foi alvo da ação policial a primeira-dama, Aldine Mirella de Souza de Freitas, as sobrinhas do prefeito, Keliany de Assis Lima e Karine de Assis Lima, e a secretário de Finanças, Michele de Sá Dias. As três são acusadas de receber grandes quantias de empresas contratadas para fornecer gêneros alimentícios e obras pela prefeitura de Borba

 

As prisões foram decretadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas, João de Jesus Abdala Simões. Na decisão, o magistrado acatou as sugestões do MPAM de indícios de um esquema de fraude em procedimentos licitatórios de pelo menos 13 contratos da prefeitura, além da ocultação de bens.

 

Também foram alvos da operação Edival das Graças Guedes, Aldonira Rolim de Assis, Ione Azevedo Guedes, Kleber Reis Matos, Maria Suely da Silva Mendonça e Adan de Freitas da Silva. De acordo com o Gaeco, o esquema desviou mais de R$ 29,2 milhões dos cofres da prefeitura de Borba nos últimos anos durante o mandato de Simão Peixoto.

 

 

O esquema ─ A investigação do MPAM descobriu a criação de uma organização criminosa, chefiada pelo prefeito de Borba, Simão Peixoto. O esquema, de acordo com os agentes do Gaeco, cometia fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

 

O principal contrato envolve o Mercadinho Du Primo EPP. O comércio faturou uma licitação de R$ 4 milhões para compra de materiais para pavimentação em concreto dos sistemas viários no interior de Borba. A obra é fruto de convênio com o governo do Estado, administro pela prefeitura e Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).

 

A empresa fez transferências para a primeira-dama Aldine Mirella. Ela recebeu R$ 50 mil do Mercadinho Du Primo, que venceu um contrato com a prefeitura de Borba de R$ 3.033.466,98 para a fornecer de gêneros alimentícios a rede pública de ensino municipal.

 

Mas, as movimentações de 1,5 milhão e outra de R$ 462 mil foram as que mais chamam atenção do MPAM nas contas das sobrinhas do prefeito, Kelliany e Kaline de Assis Lima, que acionaram inclusive o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

 

As empresas investigadoras são suspeitas de realizarem também transferências em para servidores públicos. Um deles foi o pregoeiro Kleber Reis que recebeu R$ 7,6 mil e R$ 6 mil do prestador de serviços Emanuel Lopes.

 

A secretaria de finanças, Michele de Sá, também recebeu R$ 100 mil da prestadora de serviço Maria Suely da Silva. As investigações indicaram a existência de contratos de fachada para que os recursos públicos fossem repassados para os servidores e que também beneficiariam o prefeito.

 

VEJA A DECISÃO:

 

 

Da Redação

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