
Brasília (DF) ─ O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta semana, denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
No ano passado, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente e outros no caso. A denúncia deve ser apresentada entre segunda (17/02) e quarta-feira (19/02), antes do jantar oferecido pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, a ministros e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para a noite de quarta.
Com a denúncia, o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF, dará 15 dias para que os denunciados enviem uma resposta escrita. Depois, Moraes libera a ação para o plenário julgar de forma colegiada o recebimento da denúncia. A Primeira Turma será responsável por analisar o documento e dar uma decisão. Ainda caberá recurso.
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os denunciados se tornam réus e passam a responder penalmente pelas ações na Corte. Então, os processos seguem para a instrução processual, composta por diversos procedimentos para investigar tudo o que aconteceu e a participação de cada um dos envolvidos no caso. Depoimentos, dados e interrogatórios serão coletados neste momento.
Entenda o caso ─ Segundo a Polícia Federal, as provas contra os investigados foram obtidas por meio de “diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”.
A investigação da Polícia Federal identificou que os indiciados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência de seis grupos:
■ Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
■ Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
■ Núcleo Jurídico;
■ Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
■ Núcleo de Inteligência Paralela;
■ Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas. Além de Bolsonaro, também estão na lista alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa). Os crimes apontados são abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Com informações do R7 Notícias