Manaus (AM) ─ A vital discussão sobre a pavimentação da BR-319 ganha cada vez mais força no cenário político e ambiental do Amazonas. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) tem se posicionado como um dos principais defensores da obra, enfatizando a urgência da repavimentação de cerca de 400 quilômetros da rodovia federal que conecta Manaus a Porto Velho (RO), um trecho crucial atualmente paralisado por entraves ambientais.
Em audiência pública na Comissão de Infraestrutura (CI), Braga cobrou do ministro dos Transportes, Renan Filho, celeridade no licenciamento ambiental para que as obras do “trecho do meio” da BR-319 possam avançar. O senador alertou para o risco iminente de se perder mais um ano sem avanços, caso o licenciamento não seja concedido até junho.
A argumentação de Eduardo Braga é incisiva: “Não é possível que o Estado que tenha 97% da sua mata primária preservada seja punido, porque é um Estado preservado.” Essa frase resume a frustração de uma região que se sente refém de uma “visão retrógrada, ultrapassada e ideológica” do Ministério do Meio Ambiente, que, segundo ele, impede o desenvolvimento da Amazônia.
A pavimentação da BR-319 não é apenas uma questão de infraestrutura; é uma demanda vital para os 4,5 milhões de brasileiros que vivem no Amazonas e correm o risco de isolamento.
O senador lembrou os severos impactos da falta de pavimentação, como a crise de oxigênio durante a pandemia da Covid-19 em 2020, quando carretas carregadas de oxigênio ficaram atoladas na BR-319, resultando em 14 mil mortes por asfixia no estado. A seca dos rios, que compromete o transporte fluvial, apenas intensifica a necessidade de uma via terrestre confiável.
Avanços e desafios ─ Apesar dos obstáculos, Eduardo Braga destacou os avanços já conquistados, fruto de investimentos do governo federal. Ele citou as obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na construção de pontes importantes, como as do rio Curaçá, Autaz-Mirim e Igapó-Açu, além da pavimentação de um trecho de 52 quilômetros a partir do Km 198.
Em uma vistoria recente às obras da ponte sobre o rio Curaçá, o senador confirmou que a inauguração está prevista para setembro. A ponte do rio Autaz-Mirim deve ser entregue em novembro, enquanto a do Igapó-Açu está com licitação prevista para dezembro, com início das obras no começo do próximo ano. Esses progressos são cruciais, mas a pavimentação completa do trecho do meio permanece o grande gargalo.
Outras rodovias ─ A atuação do senador Eduardo Braga não se limita à BR-319. Ele também cobrou do ministro Renan Filho melhorias em outras rodovias estratégicas para o Amazonas. Para a BR-174 (Manaus-Boa Vista), reforçou a solicitação de uma terceira faixa em “pontos críticos” e a pavimentação de um trecho em Presidente Figueiredo.
Na BR-230, a Transamazônica, o senador destacou o asfaltamento de seis quilômetros próximo a Lábrea e a solução logística adotada pelo DNIT, que empregou balsas para garantir o deslocamento de veículos até Apuí, evitando o isolamento da região após o alagamento do trecho da rodovia no sentido Humaitá.
A batalha pela infraestrutura rodoviária no Amazonas, liderada por Eduardo Braga, ressalta a urgência de conciliar o desenvolvimento regional com a sustentabilidade, garantindo que o progresso não fique atolado na burocracia e que as vidas dos amazonenses não sejam colocadas em risco pela falta de conectividade.
Da Redação, com informações da assessoria de imprensa
