Manaus (AM) ─ A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (19/04), a operação Déjà Vu que visa desarticular a prática de garimpo ilegal de extração de ouro em terras da União no Amazonas. Os mandados são cumpridos Goiânia, em Goiás; Itaituba, no Pará, e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e no estado amazonense.
No Amazonas, de acordo com informações da PF, estão sendo cumpridos seis mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão, em Manaus e no município de Nova Olinda, distante 172 quilômetros da capital. Pela primeira vez, a PF identificou o uso de cianeto para a extração do produto na região.
Os mandados foram expedidos pela pela 7ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Amazonas. “Além dos mandados, foi determinado o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas, tal como o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em sua posse”, informou a Polícia Federal.
A investigação começou após a PF descobrir um garimpo ilegal em terras da União na região conhecida como “Filão dos Abacaxis”, sul do município do Maués, distante 366 quilômetros de Manaus. Durante as buscas no garimpo, os policiais também identificaram trabalho escravo.
A PF chegou ao garimpo ilegal após denúncias. Os moradores relataram, ao órgão, que identificaram poluição das águas e morte de peixes e outros animais que fazem parte da alimentação da comunidade.
Uso de cianeto ─ Foi detectado, ainda, o uso de cianeto na extração do ouro. A substância química, que tem a mesma função do mercúrio (usado para aglomerar o ouro garimpado) é perigosa para a saúde. “Conforme análise do laudo pericial, o garimpo em questão se utiliza de cianeto, material altamente tóxico”, destacou a PF.
De acordo com o órgão, o dano ambiental, provocado pela extração ilegal e uso do produtos tóxico, já ultrapassa os R$ 429, 6 milhões.
Ao todo, 46 policiais federais atuam na operação. Segundo a PF, o garimpo ilegal foi destruído com o apoio do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e de policiais da Força Nacional.
A operação foi batizada de Déjà Vu, porque os alvos da ação realizada nesta quarta já foram presos em 2015 pelo mesmo crime, numa outra ação que ficou conhecida como Operação Filão dos Abacaxis em 2015.
Da Redação com informações do g1amazonas