
Manaus (AM) – A mais recente pesquisa do Instituto de Pesquisas do Norte (IPEN), encomendada pelo Consórcio G6 de portais de notícias, revela um cenário desfavorável para o governador Wilson Lima (União Progressistas) na corrida ao Senado Federal em 2026.
A sondagem, realizada entre 18 e 25 de julho de 2025 com 1.500 eleitores em 12 municípios do estado, aponta o chefe do Executivo estadual em um distante terceiro lugar, uma realidade que destoa da trajetória de seus antecessores no Executivo que alçaram voo para o Congresso Nacional.
Historicamente, o Amazonas tem visto governadores de sucesso transicionarem para o Senado Federal com altíssimos índices de popularidade, superiores a 75% ao deixarem o cargo. Nomes como Amazonino Mendes (eleito senador em 1990), Gilberto Mestrinho (em 1998), Eduardo Braga (em 2010) e Omar Aziz (em 2014), todos egressos do Palácio Rio Negro, souberam capitalizar o bom desempenho de suas gestões para garantir uma cadeira em Brasília.
Diferente de seus antecessores, Wilson Lima parece não contar com essa mesma benção popular.
Cenário da disputa ao Senado: Eduardo Braga lidera, Capitão Alberto Neto consolida segunda vaga
No levantamento estimulado do IPEN, o senador Eduardo Braga (MDB) lidera com 27,3% das intenções de voto, pavimentando o caminho para a sua provável segunda reeleição. O emedebista foi reeleito senador em 2018.
A grande novidade, e um duro golpe para as pretensões de Wilson Lima, é a ascensão do deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), que comanda a ala bolsonarista no Amazonas, garantindo a segunda vaga para o Senado com 20,2% das intenções. O governador aparece em terceiro, com apenas 16,1%.
No segundo bloco da pesquisa, figuram Marcos Rotta (10,9%), Marcelo Ramos (9,6%) e Plínio Valério (9,3%). Este último, eleito senador em 2018, mas que seis anos e meio de mandato, se posicionou como uma figura política apática. Brancos e nulos somam 3,3%, e 3,1% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
Considerando apenas os votos válidos, a diferença se acentua: Eduardo Braga lidera com 29,1%, seguido por Capitão Alberto Neto com 21,8%, enquanto Wilson Lima cai para 17,2%. Marcos Rotta aparece com 11,6%, Marcelo Ramos com 10,3% e Plínio Valério com 9,9%.
Rejeição avassaladora: O preço do desgaste na Saúde
A pesquisa confirma que Eduardo Braga mantém sua força no interior do estado, enquanto Capitão Alberto Neto demonstra uma concentração de apoio robusta na capital, Manaus.
Já Wilson Lima, enfrenta um desgaste acentuado de sua gestão, que se reflete em uma rejeição que ultrapassa 73% tanto na capital quanto no interior, segundo dados não presentes integralmente nesta pesquisa, mas amplamente discutidos nos bastidores políticos e em outras sondagens.
Esse índice negativo é puxado, em grande parte, pela percepção de que os investimentos de mais de R$ 21 bilhões na área da saúde desde o início de sua gestão não foram suficientes para promover uma melhoria efetiva nos atendimentos das unidades de saúde, tanto na capital quanto no interior.
A insatisfação popular com a qualidade dos serviços de saúde é um fator crucial que mina as chances do governador de almejar um cargo majoritário em 2026.
Diante desse cenário de alta rejeição e baixo desempenho nas pesquisas para o Senado, a expectativa é que o chefe do Executivo estadual reavalie seus planos e, possivelmente, procure concorrer a uma vaga na Câmara Federal em vez de insistir na disputa senatorial, onde seus “pecados” de gestão parecem pesar consideravelmente.
A eleição de 2026 definirá dois nomes para o Senado Federal pelo Amazonas, o que torna a disputa ainda mais acirrada e o desgaste do atual gestor um fator de peso.
O levantamento do IPEN/G6 ouviu eleitores em Manaus, Parintins, Itacoatiara, Manacapuru, Coari, Maués, Manicoré, Iranduba, Careiro, Borba, Autazes e Tefé. A amostragem considerou critérios como idade, sexo, escolaridade e renda. O estudo está registrado sob responsabilidade técnica do estatístico João Alves de Souza Filho.
Da Redação










