Governo Wilson Lima deixa pacientes oncológicos sem medicamentos na FCecon há semanas  

Na unidade de tratamento oncológico a informação é que não há prazo para a chegada do medicamento ─ FOTO: Reprodução  

 

Manaus (AM) ─ A fragilidade da vida de pacientes em tratamento contra o câncer escancara uma dura realidade na saúde pública do Amazonas. Uma denúncia grave, que chegou ao amazonas365, revela o descaso enfrentado por uma senhora de 67 anos, moradora do bairro São José (zona Leste), em tratamento na Fundação Centro de Controle de Oncologia (FCecon).

Há duas semanas, essa paciente, que há dois anos realiza sessões de quimioterapia com o medicamento Kigefo (gefitinibe) – distribuído gratuitamente pelo governo estadual em cumprimento à Constituição Federal –, peregrina em busca da sua medicação, recebendo como resposta um alarmante “está em falta” na farmácia da unidade.

A situação é revoltante quando confrontada com o robusto orçamento de R$ 4,5 bilhões destinado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) somente neste ano, sob a atual gestão. No seu primeiro mandato (2019 a 2022), o governo Wilson Lima movimentou mais de R$ 11 bilhões em orçamento na saúde. Nos três anos da segundo administração (2023 a 2025), foram mais de R$ 10,8 bilhões.

Como é possível que, com tamanhos recursos, pacientes oncológicos sejam deixados à mercê da progressão da doença pela falta de um medicamento essencial para a continuidade de seus tratamentos?

Segundo informações obtidas pelo amazonas365 junto ao próprio FCecon, a angustiante espera da paciente não é um caso isolado. Outros seis pacientes dependem urgentemente do gefitinibe para manter suas terapias em andamento.

Outros pacientes ─ Oito dias de atraso na administração desse medicamento, crucial para o controle do câncer de pulmão não pequenas células em pacientes com mutações específicas, representam um risco significativo de progressão da doença, comprometendo a qualidade de vida e, potencialmente, a sobrevida desses indivíduos.

A falta de um medicamento como o gefitinibe não é apenas uma falha logística; é uma afronta ao direito à saúde e à dignidade humana. Enquanto cifras bilionárias são alocadas para a saúde no estado, pacientes oncológicos se veem desamparados, com seus tratamentos interrompidos e a esperança de cura ou controle da doença ameaçada.

Os pacientes clamam pelas autoridades competentes. O Ministério Público do Amazonas (MPAM), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) e a Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) precisam urgentemente apurar essa grave denúncia e cobrar explicações da Secretaria de Estado de Saúde e do governo Wilson Lima.

─ É inaceitável que a burocracia e a má gestão coloquem em risco a vida de pacientes que lutam contra o câncer. Como paciente, exijo respostas e soluções imediatas para garantir que medicamentos essenciais para o meu tratamento. A vida não pode esperar -, desabafou a paciente na denúncia.

 

 Da Redação

Artigo anteriorConstruída pelo DNIT, nova ponte do rio Curuçá na BR-319 entra na reta final
Próximo artigoHomem tenta furtar fiação elétrica do Platão Araújo e pacientes de UTI são transferidos