Manaus (AM) ─ A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad) ─ Rendimento de todas as fontes 2022 – divulgada nesta quinta-feira (11/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o Amazonas manteve, pela quarta vez, a liderança da taxa de desigualdade do rendimento domiciliar do País.
De acordo com o levantamento, 2,1 milhões dos 3.952.262 de amazonenses (segundo último Senso 2022 do IBGE) sobrevivem com alguma renda e o Estado apresentou o terceiro menor rendimento médio mensal domiciliar por pessoa, de R$ 947, no ano de 2022, atrás apenas do Maranhão (R$ 833) e Alagoas (R$ 922).
A pesquisa mostra a desigualdade de renda em 2022 ao aplicar índice de Gini. Quanto maior o Gini, maior a desigualdade. Em 2022, o índice de Gini do rendimento domiciliar por pessoa diminuiu em relação a 2021, no Amazonas, apresentando o menor índice (0,509) desde o início da série histórica. Da mesma forma, no Brasil, o índice foi o menor da série histórica (0,518).
Também é feito o cálculo do índice de Gini do rendimento médio mensal, habitualmente recebido em todos os trabalhos (a preços médios do ano). No Brasil, em 2022, o aumento da ocupação parece ter incorporado trabalhadores com rendimentos menos desiguais, fazendo o índice de Gini cair ao menor valor da série (0,486), assim como no Amazonas (0,480).
No Amazonas, a massa de rendimento cresceu entre 2012 e 2015, oscilando entre 2016 e 2019, com estabilidade em 2020, durante a pandemia, e nova expansão em 2021 e 2022. Os programas sociais são responsáveis por quase a metade (46,9%) dos rendimentos dos 1,09 milhão de domicílios no Estado, equivalente a 513 mil lares, aponta o levantamento.
De acordo com o IBGE, dentre os fatores que ajudam a explicar o crescimento da massa de rendimento do trabalho da população ocupada, entre 2020 e 2022, está a estabilidade do rendimento médio de todos os trabalhos e também o aumento da população ocupada no período. Em 2020, foram estimados 1,361 milhão de ocupados no Amazonas, e em 2022, 1,536 milhão.
Programas sociais ─ Os dados do IBGE mostram que os programas sociais contribuem para o rendimento médio mensal. Devido à pandemia de Covid-19 e à necessidade de distanciamento social, em 2020, foi criado o Auxílio emergencial, benefício destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados.
Esse benefício entrou na categoria de “outros programas sociais”, estando presente em 18,0% (202 mil) dos domicílios do Amazonas em 2021, após totalizar 36,1% (395 mil) dos domicílios em 2020, redução que pode ser explicada por mudanças na concessão do auxílio, realizadas com a flexibilização das medidas sanitárias.
Em 2021, o Auxílio emergencial foi interrompido, e o Bolsa Família foi substituído pelo Auxílio Brasil. A pesquisa mostra uma redução brusca na proporção de domicílios com algum beneficiário do indicador “outros programas sociais” (de 18,0% para 8,1%), no Amazonas.
Mas vê-se também que houve aumento da proporção de domicílios com algum beneficiário do Auxílio Brasil/Bolsa Família (de 17,4% para 32,3%). Além disso, a proporção de domicílios que recebiam Benefício da Prestação Continuada aumentou de 4,4% para 5,2%, no período, no Estado.
De acordo com o IBGE, a alteração nos percentuais ocorreu devido à mudança de perguntas no questionário da pesquisa. O Auxílio emergencial foi incluído na categoria de “outros programas sociais” e o Programa Auxílio Brasil foi incluído na pergunta que anteriormente mapeava o Programa Bolsa Família.
Dessa forma, no Amazonas, 46,9% ou 513 mil domicílios, do total de 1 milhão e 94 mil estimados para o Estado, tinham rendimento vindo de algum programa social.
Da Redação com informações do portal D24.am