Brasília (DF) ─ O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu pelo arquivamento do inquérito que acusava os senadores Eduardo Braga (MDB) e Renan Calheiros (MDB-AL), de receberem propina para defender os interesses do Grupo Hypermarcas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Polícia Federal indiciou os dois políticos, além do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A PGR não viu elementos que comprovassem o envolvimento de Renan e Eduardo Braga no esquema, razão pela qual o procurador-geral opinou pela remessa do caso para a Justiça do Distrito Federal — instância para as pessoas sem prerrogativa de foro.
A conclusão da PGR, à qual a coluna teve acesso, é da última quarta-feira (02/10). Os políticos foram citados na delação de Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas. Segundo ele, as propinas eram negociadas pelo lobista Milton Lyra.
A PGR afirma não ter encontrado provas de ligação do lobista com Renan e Eduardo Braga. A procuradoria concluiu que Lyra recebeu repasses da farmacêutica, mas afirma não ter elementos para acusar Renan e Eduardo Braga.
─ Não há evidências que demonstrem que os dois parlamentares foram os destinatários finais das vantagens ilícitas -, registrou Gonet. A PGR afirma que o relatório de inteligência financeira indica transações atípicas dos dois senadores, mas “sem conexão com o contexto apurado”.
O pedido de arquivamento se baseia no fato de que as acusações contra os dois senadores ficaram restritas à palavra do delator. A PGR afirmou que, ainda assim, há “baixa densidade probatória” dos delatores, muitos dos quais disseram apenas que “ouviram dizer” que os senadores pediram R$ 15 milhões para influenciar decisões na Anvisa.
A assessoria do senador Eduardo Braga disse que a denúncia não tem base legal, e que aguardava o arquivamento do processo.
Com informações do site UOL