MPF recorre do STJ para levar acusado de matar Bruno e Dom a julgamento  

Recurso quer levar Oseney da Costa para julgamento no Tribunal do Júri ─ FOTO: Divulgação/PF  

 

Brasília (DF) ─ O Ministério Público Federal (MPF) recorreu, nesta quarta-feira (29/01), ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anular a decisão que beneficiou um dos três réus acusados pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, na Terra Indígena Vale do Javari, no município de Atalaia do Norte (distante 1,136 quilômetros de Manaus), em 2022.

 

O recurso busca levar o pescador Oseney da Costa de Oliveira, um dos principais suspeitos pelo duplo assassinato, para julgamento no Tribunal do Júri. Em setembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), sediado em Brasília, aceitou recurso da defesa e entendeu que não há provas da participação de Oseney nos homicídios.

 

No dia do crime, ele deu carona a Amarildo, seu irmão e réu pelo assassinato, em uma canoa. Para o MPF, Oseney tem participação no crime e deve ser julgado pelo júri, assim como os réus Amarildo da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, que respondem pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Não há prazo para decisão do STJ.

 

Entenda o caso ─ Bruno e Dom foram mortos no dia 5 de junho de 2022, vítimas de uma emboscada, enquanto viajavam de barco pela região do Vale do Javari, no Amazonas, região que abriga a Terra Indígena Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares.

 

A dupla foi vista pela última vez enquanto se deslocava da comunidade São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, onde se reuniria com lideranças indígenas e de comunidades ribeirinhas. Seus corpos foram resgatados dez dias depois. Eles estavam enterrados em uma área de mata fechada, a cerca de 3 quilômetros da calha do rio Itacoaí.

 

Colaborador do jornal britânico The Guardian, Dom se dedicava à cobertura jornalística ambiental ─ incluindo os conflitos fundiários e a situação dos povos indígenas – e preparava um livro sobre a Amazônia.

 

Bruno Pereira já tinha ocupado a Coordenação-Geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) antes de se licenciar do órgão, sem vencimentos, e passar a trabalhar para a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Por sua atuação em defesa das comunidades indígenas e da preservação do meio ambiente, recebeu diversas ameaças de morte.

 

Com informações da Agência Brasil

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