
Manaus (AM) ─ A Polícia Federal indiciou, nesta quarta-feira (27/08), o ex-diretor da Companhia de Abastecimento do Amazonas (Cosama), Armando do Vale, o ex-secretário de Cultura (SEC), Marco Apollo e o ex-secretário de Administração (SEAD), Fabrício Barbosa pelos crimes de corrupção eleitoral, ocorridos durante a eleição de 2024, em Parintins, município distante 369 quilômetros de Manaus.
Os três ex-servidores do governo estadual foram investigados após o episódio que ganhou o nome de “QG do Crime” na Ilha Tupinambarana. Eles ficaram conhecidos como o “núcleo político” que teria sido formado pelo governador Wilson Lima (UB), candidato ao Senado em 2026, com a utilização da “máquina do governo” à favor da então candidata Brenna Dianá, também do UB.
O esquema político criminoso foi revelado após a ampla divulgação de mais de 6h de vídeos das reuniões ocorridas na residência do deputado Roberto Cidade (UB), em Parintins. Os encontros, de acordo com as investigações da PF, seriam comandados por Armando do Vale, o “coordenador do QG do Crime”, Marcos Apollo e Fabrício Barbosa.
O esquema também contou com a participação do Comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), Jackson Ribeiro dos Santos; e do capitão da Companhia de Operações Especiais (COE), tenente-coronel e e Guilherme Navarro Barbosa Martins.
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Os militares, que também foram indiciados pela PF, fariam parte do “núcleo do terror”, uma espécie de grupo com a missão de usar o poder da farda da Polícia Militar para desenvolver ações de constrangimentos no candidato Mateus Assayag ─ que vence as eleições -, lideranças políticas, comunitárias e religiosas que os apoiavam na eleição municipais.
Reveja o vídeo e relembre o caso:
Além de crime por corrupção eleitoral, os três secretários do alto escalão do governo Wilson Lima e os militares, foram indicados, também, por associação criminosa, abolição do Estado Democrático de Direito, uso de violência para obtenção de votos e impedimento de propaganda eleitoral.
O julgamento dos envolvidos no “QG do Crime de Parintins” ainda não tem data marcada, mas se forem levado a júri, cada um pode ser condenado a mais de 20 anos de prisão.
Da Redação, com informações da assessoria de imprensa