Ministro Flávio Dino determina investigação de R$ 694 milhões em “emendas Pix”  

As investigações foram determinadas por Flávio Dino devido as suspeitas a falta transparência das execuções dos recursos ─ FOTO: Reprodução  

 

Manaus (AM) ─ O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou neste domingo (24/08) à Polícia Federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU) a abertura de investigação sobre a transferência e execução de “emendas Pix” (RP 6) de 2020 a 2024 que ainda não foram cadastradas.

A decisão, proferida no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, aponta que esses repasses somam cerca de R$ 694,7 milhões e foram realizados sem a devida rastreabilidade.

A medida de Dino busca reforçar a transparência e a responsabilidade na aplicação dessas verbas, reafirmando que a fiscalização de recursos federais, mesmo que repassados a entes estaduais e municipais, cabe exclusivamente ao TCU.

O documento rejeitou a possibilidade de Tribunais de Contas Estaduais (TCEs) atuarem na fiscalização dessas emendas, embora não descarte uma atuação cooperada entre os órgãos.

A decisão também esclareceu pontos levantados pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), autor da ação. O ministro rechaçou a tese de que haveria um “novo Orçamento Secreto no Ministério da Saúde”, argumentando que a ADPF 854 não se aplica às rubricas orçamentárias (RP 1, RP 2 e RP 3) que estão sob análise.

Segundo o ministro, a apuração de supostas irregularidades nessas rubricas deve ser realizada em ações autônomas. Outro ponto abordado foi a utilização de emendas para o pagamento de salários de profissionais da saúde.

O ministro Flávio Dino citou um acórdão anterior do TCU que proibia o uso de qualquer emenda parlamentar para despesas de pessoal na área da saúde.

Contudo, ele ressaltou que uma decisão posterior, do ministro Bruno Dantas, suspendeu essa proibição até o julgamento final do recurso.

Da Redação

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