
Manaus (AM) ─ O caso macabro que chocou a capital amazonense no último sábado (07/06) teve um desdobramento inesperado: Rômulo Alves da Costa, de 42 anos, foi liberado após prestar depoimento na Delegacia de Homicídios e Sequestros (DEHS).
Ele havia sido detido em flagrante enquanto empurrava o corpo de seu pai, José Pequenino da Costa, de 77 anos, já sem vida, em uma cadeira de rodas pelas movimentadas ruas do Centro Histórico de Manaus, na zona Sul da cidade.
A cena, digna de um filme de terror, rapidamente se espalhou e gerou comoção. Rômulo Alves da Costa alegou às autoridades que levou o pai ao Centro de Manaus na tentativa de realizar um empréstimo bancário.
Ele afirmou que precisava do dinheiro para comprar itens de higiene e mantimentos, já que ambos viviam em dificuldades financeiras. A versão do filho é que ele não teria percebido que seu pai havia falecido durante o percurso.
No entanto, a investigação já aponta para inconsistências nessa narrativa. O Departamento de Perícia Técnico-Científica (DPTC) constatou que José Pequenino da Costa não havia falecido no local da abordagem e já estava morto há algumas horas, apresentando inclusive sinais de enrijecimento cadavérico.
O laudo pericial do Instituto Médico-Legal (IML), que determinará a causa e o tempo exato da morte, deve ser concluído em até 30 dias.
Apesar da libertação de Rômulo, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) não encerrou o caso. A DEHS avalia diferentes hipóteses para o crime. O delegado Adanor Porto, responsável pelo caso, destacou que um inquérito será instaurado para aprofundar as investigações.
─ Se o laudo indicar que ele já estava morto há muito tempo, e o filho o retirou de casa mesmo assim para tentar fazer o empréstimo, pode configurar vilipêndio de cadáver; estelionato também — mas ainda vamos apurar se ele chegou a entrar em instituições financeiras. Então, dependemos muito da resposta da perícia para definir do que ele pode de fato responder. A possibilidade de homicídio também não está descartada até o momento -, concluiu o delegado.
A liberdade de Rômulo é provisória e depende dos resultados da perícia, que serão cruciais para determinar as acusações formais contra ele nesse bizarro e chocante caso que parou Manaus.
Da Redação