Belo Horizonte (MG) ─ A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (22/03) uma operação contra um grupo criminoso que planeja sequestrar e assassinar servidores públicos e autoridades.
Um dos alvos era o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Outro seria o promotor de Justiça de SP Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).
O plano foi descoberto pelo Ministério Público de São Paulo, que compartilhou as informações com a Polícia Federal. O senador e a família passaram a contar com escolta da Polícia Militar do Paraná.
O parlamentar se manifestou por meio do Twitter, logo após a operação ser divulgada. Ele disse que o plano seria executado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), o grupo criminoso que age dentro e fora das cadeias do Brasil e de países vizinhos.
O senador não revelou mais nomes. A PF disse apenas que há também um promotor de Justiça na mira. O senador anunciou que fará um pronunciamento à tarde, na tribuna do Senado.
Para sequestrar e matar Moro e seus familiares, integrantes do PCC alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços do senador, em Curitiba (PR). A família dele teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, segundo os investigadores.
Quando era ministro de Segurança Pública, Moro determinou a transferência do chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima. À época, Moro defendia o isolamento de organizações criminosas como forma de enfraquecê-las.
Marcola foi transferido do sistema penitenciário estadual de São Paulo para a penitenciária federal em Brasília em fevereiro de 2019. Meses depois, seguiu para uma unidade federal em Rondônia e depois retornou para a capital federal.
Na época, a medida desagradou ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que acionou a Justiça pedindo o fechamento do presídio federal de Brasília.
Investigações ─ Cerca de 120 agentes cumprem 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão no Distrito Federal e nos estados de Rondônia, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
De acordo com as investigações, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados se encontravam nos estados de São Paulo e Paraná.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se manifestou cedo sobre a operação.
A operação foi batizada de “Sequaz”, que se refere ao ato de seguir, vigiar e acompanhar alguém, devido ao método usado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações sobre as possíveis vítimas.
Com informações do portal otempo.com.br