Manaus (AM) ─ A desembargadora do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), Tânia Vasconcelos, concedeu nesta sexta-feira (20/12) habeas corpus ao presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, vereador Genilson Costa (Republicanos).
O político foi preso na última quarta-feira (18/12) durante a operação Martellus, deflagrada pela Polícia Federal. Ele é investigado por suspeita de compra de votos com apoio do tráfico de drogas. O vereador passou dois dias detido.
A defesa de Genilson Costa afirmou que a prisão foi “arbitrária, injusta e ilegal”. “Não há fatos novos que justifiquem essa nova prisão e a nova busca e apreensão. A defesa confia que o Tribunal Regional Eleitoral, assim como fez na outra ocasião, corrigirá essa injustiça”, declarou a equipe jurídica.
A prisão ocorreu apenas um dia após Genilson ser diplomado para o sexto mandato como vereador de Boa Vista. Ele também busca sua terceira gestão como presidente da Câmara Municipal. Além do parlamentar, foram presos sua irmã, o subcomandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Francisco das Chagas Lisboa, e sua esposa.
Operação Martellus ─ A Operação Martellus tem como objetivo desarticular uma associação criminosa que atuou durante as eleições municipais de 2024, praticando compra de votos e outros crimes eleitorais. Segundo a Polícia Federal, aproximadamente R$ 1 milhão foram utilizados para favorecer a eleição de Genilson Costa.
A investigação começou em outubro, quando dez pessoas foram presas sob suspeita de corrupção eleitoral. Eleitores teriam recebido entre R$ 100 e R$ 150 para votar no vereador. O esquema também envolvia o uso de ouro em sua forma bruta.
Além de corrupção eleitoral, os investigados enfrentam acusações de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e violação de sigilo eleitoral. Genilson, com histórico de investigações por outros crimes, teria contado com apoio do tráfico para sua carreira política, inclusive na disputa pela presidência da Câmara Municipal.
Detalhes da investigação ─ Conforme a Polícia Federal, o esquema de compra de votos era organizado em grupos de WhatsApp, e o coronel Lisboa teria fornecido informações a Genilson sobre denúncias relacionadas à prática criminosa. O vereador é apontado como o líder da organização, que também envolve transporte ilegal de eleitores e prevaricação.
Os suspeitos poderão ser indiciados por crimes como associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, lavagem de dinheiro, entre outros.
A Operação Martellus reforça o compromisso das autoridades em combater práticas ilícitas no processo eleitoral, garantindo a integridade das eleições e a punição dos responsáveis.
Com informações da Folha