STJ marca depoimento de Wilson Lima e outros 14 réus na operação Sangria  

Governador Wilson Lima vai explicar ao ministro Francisco Falcão a compra superfaturada de ventiladores pulmonares

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou para o período de 28 de junho e 1º de julho, as audiências de 112 testemunhas e 14 réus na Operação Sangria, dentre eles, o governador Wilson Lima (União Brasil), pré-candidato à reeleição neste ano. Ele se tornou réu por comandar a compra de ventiladores pulmonares com preço superfaturado em loja de vinho, em 2020.

 

Nesta quinta-feira (19/05), o ministro-relator do caso Francisco Falcão definiu as audiências, que serão realizadas de forma presencial e por videoconferência. Além de aceitar a oitiva de mais de oito testemunhas, conforme previsto no Código de Processo Penal, Falcão determinou que a Polícia Federal realize perícia em computadores da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES).

 

De acordo com a decisão, as audiências serão realizadas na sede da Justiça Federal do Amazonas, sempre a partir de 9h30, e presididas pelo juiz Leandro Cadenas Prado. No primeiro dia, 28 de junho de 2022, o magistrado ouvirá 26 indicados por cinco réus; e no dia seguinte, serão ouvidos mais 19 depoimentos arrolados por seis implicados na operação.

 

Em 30 de junho, o juiz ouvirá 40 depoimentos indicados por apenas três réus, e, no último dia de audiência, colherá o depoimento de 27 testemunhas apontadas por outros três implicados. Conforme a decisão, os 14 réus na operação também serão ouvidos no dia 1º de julho, após as inquirições das testemunhas.

 

Francisco Falcão considerou “a complexidade da causa, a multiplicidade de imputações e a pluralidade de acusados” para aceitar a indicação de testemunhas acima do número previsto no CPP (Código de Processo Penal), isto é, oito testemunhas. Só uma ré indicou 21 testemunhas, que serão ouvidas por videoconferência e presencialmente.

 

O ministro também aceitou ouvir uma testemunha que mora em Seul, capital da Coréia do Sul, que foi indicada pelo empresário Gutemberg Leão Alencar. Segundo a defesa dele, à época dos fatos investigados na Operação Sangria, a testemunha exercia cargo na Embaixada do Brasil na Coreia do Sul.

 

Sobre um pedido do ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias para realização de perícia em computadores utilizados pelos servidores que participaram do processo licitatório referente a compra dos respiradores, o ministro determinou que a Polícia Federal vá até a Secretaria de Saúde e faça a perícia no local no prazo de cinco dias.

 

“Oficie-se à Superintendência da Polícia Federal do Amazonas, com cópia da petição de fls. 8779 e seguintes, para que viabilize a diligência, em 5 dias, com a participação da autoridade policial responsável pelas investigações, com juntada das conclusões a estes autos em 10 dias”, diz trecho da decisão de Francisco Falcão.

 

A operação Sangria se tornou um dos maiores escândalos de suspeita de desvio de dinheiro público na saúde do Amazonas. A investigação da Polícia Federal rendeu a prisão de três ex-secretários de Saúde do governo Wilson Lima e oito agentes públicos, incluindo servidores públicos e empresários.

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