Manaus (AM) ─ A administração do prefeito David Almeida (Avante) com o serviço de coleta de lixo e limpeza pública de Manaus, é o principal foco operação Entulho, deflagrada pela Polícia Federal no início da semana. O trabalho investiga um esquema fraudulento envolvendo empresas contratadas pela prefeitura suspeita de desvio de mais de R$ 640 milhões.
Nesta quinta-feira (22/06) a PF realizou a segunda fase da ação, com a operação Dente de Marfim. O secretário municipal de Limpeza Pública (Semuslp), Sabá Reis foi um dos principais alvos. De acordo com a PF, empresas de fachada investigadas são suspeitas de emitirem R$ 48 milhões em notas fiscais “frias”.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de R$ 30 milhões de contas bancárias de envolvidos. Na casa de Sabá Reis, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão de documentos e aparelhos eletrônicos, como computadores e celulares.
Em entrevista coletiva o delegado da PF, Marcelo Uchoa, coordenador da operação Entulho, disse que as investigações identificaram troca de favores, pagamento de vantagens indevidas de empresas envolvidas ao secretário de Limpeza Pública, além de contratação de parentes de donos das empresas do setor na Semuslp.
Uchoa disse que até o final do ano passado, a Mamute manteve contrato com a prefeitura de Manaus, que segundo o delegado, “foi desfeito por conta de desavença entre empresários e gestor municipal”. A empresa foi beneficiada com contrato de menor valor em outra secretaria, mantendo a execução dos serviços com a prefeitura”, disse o delegado da PF.
Empresários envolvidos ─ Outro que recebeu a visita de policiais federais, em casa, no condomínio Ephygenio Salles, no bairro Aleixo, zona Leste, foi o empresário Cirilo Batará Anunciação, um dos sócios da empresa Mamute.
Na última segunda-feira (19/06), a operação prendeu os sócios da Tumpex Empresa Amazonense de Coleta de Lixo Ltda., José Paulo de Azevedo Sodré Neto e Mauro Lúcio Mansur da Silva.
Também foram presos os empresários Marcos Paulo Silva de Souza, Jeferson Lopes da Silva, José Antônio Marques Vieira, José Nelson Rosa, Benedito Ilson Pereira Martins, Francisco Xavier Veras dos Santos e Valdeci Faria Bruno.
As investigações tiveram início há três anos, início da atual gestão do prefeito David Almeida (Avante). A prefeitura de Manaus emitiu nota à imprensa justificando que a Mamute, empresa investigada nesta fase da operação, teve contrato cancelado pelo município no final do ano passado.
No âmbito da operação Dente de Marfim, os auditores-fiscais da Receita Federal já identificaram, até o momento, a participação de 10 empresas, algumas de fachada, escritório de advocacia, órgão público municipal, além dos respectivos sócios das empresas, advogados e empregados da empresa de limpeza pública.
Essas empresas emitiram notas fiscais suspeitas de serem inidôneas, entre os anos calendário de 2016 e 2021, no valor de R$ 48 milhões, com sonegação fiscal estimada em mais de R$ 21 milhões em tributos federais, desconsiderando-se multa e juros, pois tais transações acarretaram a geração de créditos indevidos de PIS e Cofins, bem como reduziu as bases de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Da Redação com informações da assessoria de imprensa