Manaus (AM) ─ Na próxima quarta-feira (17/05), o sistema de transporte coletivo da capital vai parar. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (11/05) pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus (STTRM), que cobra do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sinetram) e do prefeito David Almeida (Avente) o reajuste salarial de 12% para a categoria.
O transporte coletivo de Manaus opera com nove empresas, em 227 linhas, e transporte mais de 1,2 milhão de pessoas por dia. De acordo com o presidente do STTRM, Gilvancir Oliveira, desde abril a entidade notificou o Sinetram e a prefeitura sobre as reivindicações dos profissionais do sistema de transporte coletivo, mas não obteve resposta até hoje.
Oliveira explicou que, caso não haja acordo até terça-feira (16/05), o sindicato vai deflagrar greve geral no dia seguinte, ou seja, quarta, dia 17. “Tentamos resolver de forma harmoniosa, mas não obtivemos sucesso. Agora não tem mais jeito, a assembleia foi feita e os trabalhadores estão decididos em parar e buscar o que é seu por direito”, anunciou o presidente do STTRM.
Pedido de reajuste ─ Neste mês de maio, o Sinetram cobrou do prefeito David Almeida o reajuste da tarifa de ônibus alegando que a medida é para evitar uma greve dos rodoviários. A empresa alegou que há seis anos a passagem está considerada e hoje é considerada uma das mais baratas do Brasil.
A tarifa de ônibus em Manaus não sofreu o último reajuste em 2017, estando congelada para a população em R$ 3,80. Os empresários do setor informaram ao prefeito que neste período houve aumento de gastos na prestação do serviço e também dos salários dos trabalhadores.
Pior sistema do país ─ O transporte coletivo de Manaus é considerado por especialistas do setor, um dos piores do Brasil. Com uma média de veículos com mais de dez anos de uso, o serviço oferecido pela prefeitura de Manaus apresenta atrasos e diversos ônibus em panes mecânicas todos os dias.
Os constantes assaltos na frota, inclusive com mortes e passageiros feridos, contribuem para a precariedade do sistema. De acordo com o Sinetram, todos os dias são registrados mais de cinco casos de roubos a coletivos em Manaus e prejuízos de mais de R$ 300 mil só no ano passado.
A prefeitura de Manaus, por sua vez, ainda não se manifestou sobre o anúncio de greve até o fechamento dessa edição.
Da Redação