Manaus (AM) ─ Um homem de 63 anos morreu, nesta quinta-feira (25/05), na entrada do Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, no bairro São José, zona Leste de Manaus, depois de não ter sido atendido e fugir da unidade de saúde. De acordo com informações, ele estava internado há mais de duas semanas a espera de cirurgia.
O corpo do homem foi encontrado por outros pacientes na calçada da recepção de entrada de veículos do hospital, e resgatado pelo Instituto Médico Legal (IML). Até às 17hs, não havia identificação do paciente, segundo fontes ouvidas pelo Instituto de Perícia Técnico-Cientifica (IPTC/AM).
Essa não é a primeira vez que pacientes do João Lúcio fogem do hospital por falta de atendimento e morrem nas proximidades da unidade de saúde. No dia 17 de agosto de 2022, o pedreiro Juvenal Carvalho Rocha, 55 anos, também fugiu e foi atropelado na avenida Cosme Ferreira, na frente do pronto-socorro, onde ele estava internado hás semanas a espera de uma cirurgia.
Todos os dias centenas de pacientes reclamam da falta de atendimentos médicos e material de insumos, como gases, seringas, álcool e esparadrapo no Hospital João Lúcio. “Somos obrigas a levar todo material hospitalar, se a gente quiser ver nossos parentes atendidos”, disse a dona de casa Maria Lúcia, que ficou dois meses acompanhando a mãe na unidade de saúde.
Mas os problemas no sistema de saúde do Amazonas não se concentram apenas no João Lúcio. No dia 6 de outubro de 2020, o presidiário Manoel Monteiro Bastos fugiu do banheiro do setor de internação do Hospital Adriano Jorge, no bairro Cachoeirinha, zona Centro-Sul. Ele usou uma “tereza” feita com lenções amarrados e desceu até o estacionamento da unidade.
No dia 19 de novembro de 2022, o presidiário Jeanderson dos Anjos, o “Billy”, também não aguentou esperar mais de dois meses por uma cirurgia de hérnia, por falta de material médico, e fugiu do Adriano Jorge.
Todas as ocorrências aconteceram no governo Wilson Lima, que acumula escândalos na área da saúde, inclusive é réu em processo aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por compra superfaturada de ventiladores pulmonares em lojas de vinho.
Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) se negou dar informações sobre o ocorrido no João Lúcio.
Da Redação