MP Amazonas investiga contratações irregulares de servidores da Seas no governo Wilson Lima  

 Casa do Migrante Jacamim atende pessoas em situação de rua como casa de passagem  ─ FOTO: Jander Souza/SEAS 

 

 

Manaus (AM) ─ O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) instaurou um inquérito civil investigar supostas contratações irregulares de servidores temporários para o Serviço de Acolhimento para Adultos e Famílias (Saiaf) Jacamim, unidade administrada pela Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), no governo Wilson Lima.

 

De acordo com a 57ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PRODHC), os contratados teriam desempenhado atividades de funcionários concursados naquela unidade.

 

Serviço atende pessoas em situação de rua, desabrigadas por abandono ou sem condições de se sustentar. O Saiaf Jacamim se tornou alvo do inquérito civil para que sejam investigados os processos seletivos formalizados por intermédio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental (Aadesam) para a Seas.

 

A medida de nº 06.2024.00000628-4 foi instaurada com base no artigo 37 da Constituição Federal, que estabelece o acesso aos cargos públicos somente por meio de concurso. Logo, qualquer outra forma é considerada como uma tentativa de burlar os princípios constitucionais que regem a administração pública direta e indireta.

 

O texto relata que a insuficiência de pessoal é um obstáculo para o desenvolvimento do trabalho social continuado com as pessoas que necessitam de atendimento, afetando negativamente a atuação dos serviços de projetos de vida, como os elaborados para acolher as pessoas em situação de rua.

 

Ainda no despacho, a promotoria determinou a realização de inspeções nos prédios e espaços administrados pela Seas para averiguar a quantidade de funcionários em cada unidade, o nível de formação acadêmica exigido em cada função, a área de atuação e o vínculo empregatício com a secretaria — empresa terceirizada, contrato temporário ou servidor efetivo.

 

Investigação anterior ─ Em um inquérito civil anterior, o MPAM, após análise do Diagnóstico Socioterritorial do Estado do Amazonas do ano de 2023, constatou que, dos 233 servidores lotados na Seas, 144 seriam de cargos comissionados (62%) e apenas 89 efetivos.

 

Esse total estaria distribuído entre sete centros estaduais de convivência, 44 espaços de segurança alimentar e nutricional e dois Saiaf — Jacamim e Coroado.

 

No documento, foi apurado ainda que haveria equipes volantes distribuídas em 44 dos 62 municípios do Amazonas, mas sem informações sobre o gerenciamento dessas equipes e nem o quantitativo de servidores em cada uma delas, tendo apenas a descrição de que uma equipe volante deveria ser composta por, no mínimo, dois técnicos de nível médio e dois de nível superior, sendo um assistente social e um psicólogo.

 

 

Da Redação com informações da assessoria de imprensa

 

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