Manaus (AM) ─ O Hospital Geral Drº Geraldo da Rocha, no bairro Colônia Antônio Aleixo, zona Leste de Manaus, está há duas semanas com centro cirúrgico parado por falta de limpeza e de insumos para realizar cirurgias. A denúncia foi feita nesta sexta-feira (05/05) pelo deputado e membro da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, Wilker Barreto (Podemos).
O parlamentar visitou a unidade de saúde, que é referência no tratamento do pé diabético, após receber diversas denúncias. No local ele encontrou um cenário desolador com pacientes internados há um mês esperando cirurgias, servidores com salários atrasados, falta de medicamentos e de produtos de higiene, limpeza e muita sujeira.
Ao cegar ao hospital e caminhar pelos corredores, o deputado identificou o baixo estoque de medicamentos. Com a paralisação do cirúrgico, a unidade deixou de realizar, neste período, uma média de 16 procedimentos. O que está acontecendo é falta de gestão do governo estadual, é falta de olhar diferenciado com o nosso povo. Isto é triste, e continuarei sendo a voz dessas pessoas”, ressaltou Barreto.
Internado há um mês a espera de uma cirurgia, o agricultor Pedro Paiva da Silva, 56 anos, recebeu a ajuda das enfermeiras do hospital, que se juntaram para comprar água sanitária e sabão para fazer o curativo no pé do paciente. Ao lado da esposa, dona Vasti Barbosa de Souza, ele foi transferido para o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, zona Centro-Sul.
Sofrimento dos trabalhadores ─ Outro fato que chamou atenção foi a fala do pescador Adermicilio da Silva, 53. Há mais de um mês internado na unidade de saúde, ele contou acompanha de perto o sofrimento dos profissionais da saúde que estão sem receber há cinco meses. Os serviços gerais da empresa Oriente, por exemplo, não estão realizando a limpeza periódica como forma de protesto.
─ Pessoal não recebe! Estamos todos os dias tirando do bolso para a gente limpar o hospital. Outro dia, dei R$ 20 para um trabalhador voltar para casa, pois eu tenho pouco, mas ele não tinha nada -, afirmou o pescador, que também aguarda por um procedimento cirúrgico no Drº Geraldo da Rocha.
─ Eu sofri um acidente, me furei no fundo d’água. A condição aqui é triste, ter que passar por isso com mais de cinquenta anos de idade. Aqui, tudo a gente compra, desde papel higiênico até remédio, tem que se virar -, comentou Adermicilio, que é morador do bairro do Puraquequara, zona Leste.
Fiscalizações ─ Membro da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o deputado Wilker Barreto destacou a importância das fiscalizações nos hospitais do Amazonas para “jogar luz” em situações como as que estão acontecendo no Hospital Geraldo da Rocha.
O parlamentar afirmou que continuará cobrando do Governo do Amazonas a resolução para o atraso salarial dos trabalhadores da saúde, por meio do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), que vem sendo costurado com a base governista e profissionais da saúde no Estado. “Além disso, vou oficializar o Executivo cobrando explicações para tamanha calamidade nos hospitais”, frisou Barreto.
─ Este hospital (Geraldo da Rocha) poderia estar desafogando a saúde, mas não está, pois aqui está deste jeito. São 16 cirurgias a cada duas semanas que não estão ocorrendo, e os pacientes estão indo para outras unidades que já estão lotadas. É desumano -, denunciou o deputado.
─ A realidade dos trabalhadores da saúde é absurda, e eles ainda tentam ajudar, mas imagina ficar cinco meses sem receber? Se as enfermeiras não limpam, iria parar o curativo também -, lamentou Barreto.
Da Redação com informações da assessoria de imprensa