Eduardo Braga: O Brasil não consegue mais responder à tração econômica com esse manicômio tributário

Hoje o relator ouviu, na CCJ, 12 representantes do setor de serviços ─ FOTO: Divulgação 

 

Brasília (DF) ─ A 4ª audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para debater a PEC da reforma tributária, realizada nesta terça-feira (19/08), contou com a participação de 12 convidados do setor de serviços. Para o relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), esse é um dos setores mais desafiadores para se aplicar as novas regras tributárias.

 

─ Por isso tenho ouvido tanto e tido tanta cautela, porque cada vez que me debruço sobre esse assunto e estudo, eu percebo a complexidade e o quanto nós precisaremos estar efetivamente atentos com relação a decisão que vamos tomar até o final de outubro -, reconheceu Braga.

 

A despeito da complexidade do tema, o senador acrescentou: “Uma coisa nós temos certeza, não temos como continuar com esse modelo tributário. O Brasil não consegue mais responder à tração econômica com esse manicômio tributário que nós temos. Precisamos dar uma resposta a isso”.

 

Diante dos inúmeros pedidos de excepcionalidades para os novos tributos sobre o consumo e de críticas contundentes ao novo Imposto Seletivo, que substituirá o IPI, Eduardo Braga fez um alerta. “O Imposto Seletivo tem uma função extrafiscal e substituirá o IPI, responsável em grande parte pelo financiamento de estados e municípios, pois 50% desse imposto é que financia os Fundos de Participação dos Municípios e dos Estados”, observou.

 

Na sua opinião, isso merece uma reflexão de seus colegas de Senado, em especial quando alguns deles estimulam a formação da opinião pública contra a criação do Imposto Seletivo. Braga ressaltou que 65% da sua receita será destinada ao financiamento do FPE e FPM, bem como dos fundos constitucionais do Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

 

─ Quando as receitas dos municípios e estados desabam, todos nós nos perfilamos e gritamos -, acrescentou o senador. Ele lembrou ainda que a atual reforma tributária em análise mexe com 80% dos recursos dos estados e municípios, e menos de 30% das receitas da União.

 

Entre os convidados ouvidos na audiência desta 4ª audiência da CCJ estavam:

 

  • Carlito Mers ─ Sebrae Nacional
  • Luiz Carlos Bichara ─ Procuradoria Especial de Direito Tributário do Conselho da OAB
  • João Carlos Galassi ─ Associação Brasileira de Supermercados
  • Luigi Nese ─ Confederação Nacional de Serviços
  • Gilberto Alvarenga ─ Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo
  • Breno Monteiro ─ Presidente da Confederação Nacional de Saúde
  • Murilo Alavato ─ Associação Brasileira de Eduardo Básica Privada
  • Percy Soares Neto ─ Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto
  • Pedro Fernandes ─ Associação Brasileira de Mercado Imobiliário
  • Jarbas Biagi ─ Associação das Entidades Fechadas de Previdência Complementar
  • Marcelo Bair ─ ACT Promoção da Saúde
  • Marcos Mendes ─ Consultor Legislativo do Senado e do Insper.

 

Com informações da assessoria de imprensa

 

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