Brasília (DF) ─ Em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila na Globonews, que foi ao ar na madrugada desta quarta-feira (10/05), o senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi categórico ao destacar que a “Amazônia é uma solução, não um problema” para o Brasil e “precisa ser remunerada pelos serviços ambientais que presta ao país e ao mundo”.
O parlamentar amazonense ressaltou que Amazônia Legal, com seus mais de 30 milhões de habitantes e 5 milhões quilômetros quadrados do território nacional, tem hoje a maior reserva de biodiversidade do planeta e precisa ser melhor aproveitada como modelo de economia verde.
─ Não basta ter vontade política, o mundo precisa colocar dinheiro lá. Não dá para os Estados Unidos e a Europa cobrarem a preservação da floresta enquanto tivermos gente morrendo de fome na região -, cobrou o senador, lembrando a importância da manutenção da floresta em pé para o controle do clima no planeta.
Governador do Amazonas por dois mandatos consecutivos, entre 2003 e 2010, Eduardo foi o precursor no Brasil ao priorizar políticas de desenvolvimento sustentável. Primeiro mandatário estadual a criar uma lei de mudanças climáticas (Lei nº 3.135/2007), ele instituiu o Bolsa Floresta – compensação financeira para quem vivia em meio às fauna e flora amazônica sem destruí-las; o Zona Franca Verde, programa de desenvolvimento sustentável por meio de produção florestal, pesqueira e agropecuária, e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), organização que desenvolve projetos voltados para educação, turismo sustentável, saúde, inovação, entre outras áreas, por meio de valorização da floresta. Atualmente, a FAS responde como Fundação Amazônia Sustentável.
Zona Franca ─ Para Eduardo Braga, a Zona Franca de Manaus é o maior e mais bem-sucedido programa de desenvolvimento econômico e também de preservação ambiental da região, pois graças a ele 80% das florestas da Amazônia continuam de pé. “É uma atividade que não usa recursos da floresta, mas investe em alta tecnologia, gerando 500 mil empregos diretos”, destacou.
Segundo ele, o Brasil precisa decidir o que quer para a Amazônia. “É possível desenvolver políticas de desenvolvimento sustentável para a região, mas a Amazônia não pode ter uma população com fome”, observou.
Déficit habitacional ─ O senador amazonense criticou a falta de políticas públicas, o que compromete a preservação da floresta amazônica e tem gerado o empobrecimento da população local. Ele lembrou que a região Norte, por exemplo, é proporcionalmente a que registra o maior déficit habitacional do país.
Relatório do Banco Mundial e publicado pelo jornal Estado de S.Paulo nesta quarta-feira (10/05) indica que o valor de manter a Floresta Amazônica em pé é cerca de 7 vezes superior ao lucro que pode ser obtido através de diferentes atividades de exploração econômica da região. A estimativa considera que a preservação da floresta vale, ao menos, US$ 317 bilhões por ano – o equivalente a R$ 1,5 trilhão.
Com informações da assessoria de imprensa