Manaus (AM) – O delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Guilherme Torres, confirmou, nesta quinta-feira (22/05), a prisão do delegado Adriano Félix Claudino da Silva e do investigador Álvaro Tibúrcio Steinheuser, ambos da Polícia Civil do Amazonas.
A ação faz parte de uma operação da Polícia Federal (PF) que desarticulou uma rede criminosa investigada por sequestro, tortura e formação de organização criminosa na cidade de Caracaraí, em Roraima.
Além de Adriano Félix e Álvaro Tibúrcio, outro policial civil do Amazonas, Edmilton Freire dos Santos, também foi detido. A operação revelou o envolvimento de um grupo que incluía um policial militar de Roraima, um empresário do ramo automotivo, outro do setor artístico e até mesmo uma vereadora de Caracaraí que também atua como escrivã da Polícia Civil de Roraima, Adriana Souza dos Santos.
A prisão do delegado Adriano Félix chama a atenção, dado seu histórico de atuação em delegacias especializadas no Amazonas. Ele já trabalhou em unidades de combate a crimes de grande repercussão, como a Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), um órgão que lida diretamente com investigações complexas de crimes contra o patrimônio.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o grupo agia de forma paralela ao Estado. A PF aponta que os envolvidos teriam sequestrado e torturado um suspeito para que ele revelasse o paradeiro de uma carga de cassiterita (minério de estanho) supostamente roubada.
Relação dos presos:
- Adriano Félix Claudino da Silva – Delegado da Polícia Civil do Amazonas, preso em Manaus;
- Álvaro Tibúrcio Steinheuser – Investigador da Polícia Civil do Amazonas;
- Edmilton Freire dos Santos – Policial civil do Amazonas;
- Lidivan Santos dos Reis – Empresário do ramo de venda de carros, investigado por tráfico de drogas em outro caso;
- Jan Elber Dantas Ferreira – Policial militar de Roraima;
- Matheus Possebon – Empresário do ramo artístico;
- Adriana Souza dos Santos – Vereadora em Caracaraí (RR) e escrivã da Polícia Civil de Roraima.
─ As investigações indicam que os envolvidos formaram, em tese, um grupo criminoso para escoltar cargas de minérios extraídos ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, prestar serviços de segurança de forma clandestina e apurar a ocorrência de roubos de cargas de forma paralela à atuação estatal -, informou a PF em nota.
A operação expõe uma preocupante infiltração de agentes públicos em esquemas ilegais, especialmente ligados à extração ilegal de minérios e à segurança privada irregular. Os presos responderão por sequestro, tortura, formação de organização criminosa e possível envolvimento com extração ilegal de minérios.
O caso, ainda em andamento, promete novos desdobramentos à medida que as investigações avançam.
Da Redação
