Brasília (DF) ─ A queda de um avião modelo Embraer 190, fabricado pela empresa brasileira, perto da cidade de Aktau, no Cazaquistão, está sendo investigada pelas autoridades cazaques, além do Azerbaijão (de onde a aeronave operada pela companhia Azerbaijan Airlines saiu) e da Rússia (destino do voo). Mas novas informações divulgadas pela Reuters indicam o que teria acontecido.
Segundo reportagem da agência de notícias, com base em quatro fontes da investigação feita no Azerbaijão sobre o caso e uma do governo dos Estados Unidos, um sistema de defesa russo teria derrubado o avião por engano. Das 67 pessoas a bordo, 38 morreram.
De acordo com a Reuters, havia relatos de drones militares ucranianos sobrevoando a região, perto do sul da Rússia, poucas horas antes da queda da aeronave. O avião teria sido atingido pelo Pantsir-S, um sistema de defesa aéreo russo.
Um oficial do governo dos EUA também disse à reportagem que “indicações preliminares” apontam que a aeronave teria sido abatida. No entanto, segundo as fontes citadas, a derrubada não foi intencional, com os militares russos acreditando que se tratava de um equipamento militar da Ucrânia.
Esta hipótese é reforçada por imagens que mostram diversos buracos na cauda da aeronave, que supostamente teriam sido provocados pelo ataque acidental. Na quarta, o governo russo chegou a dizer que o avião se chocou contra pássaros e, depois, que enfrentou forte neblina.
Questionado sobre a nova hipótese, o vice-primeiro-ministro do Cazaquistão disse que seu governo “não confirma nem nega” que o míssil russo tenha sido a causa da queda. Já o porta-voz do Kremlin disse que Moscou não vai especular e que esperará as conclusões de uma investigação própria.
Além do possível ataque, o sistema de GPS do avião teria sido paralisado por sistemas de guerra eletrônica na aproximação ao território russo. O site Flightradar24 identificou oscilações de altitude por mais de uma hora antes da queda.
O voo também desviou centenas de quilômetros de sua rota original, atravessando o Mar Cáspio em direção a Aktau. Durante os 74 minutos finais de voo J28243 a velocidade vertical oscilou entre valores positivos e negativos mais de 100 vezes, com valores de pico em -8.300 pés por minuto e +8.300 pés por minuto.
Um porta-voz do aeroporto de Makhachkala, localizado no leste do Mar Cáspio, informou que a pista estava fechada na manhã do acidente devido aos ataques ucranianos, o que pode ter contribuído para a escolha do aeroporto alternativo.
Modelo Embraer 190 ─ Em nota, a Embraer informou que lamenta o acidente e que está apoiando as autoridades nas investigações sobre o caso.
O Embraer 190 é uma aeronave comercial desenvolvida pela fabricante brasileira, fazendo parte da renomada família E-Jet.
Projetado para o segmento de aviação regional, o modelo pode transportar até 114 passageiros em uma configuração de classe única.
Sua eficiência operacional e o alcance de cerca de 2.450 milhas náuticas o tornam uma escolha ideal para rotas de médio curso.
Desde seu lançamento em 2005, o E190 tem sido amplamente utilizado por companhias aéreas ao redor do mundo, consolidando-se como um dos líderes de mercado nesse segmento.
Equipado com dois motores General Electric CF34-10E, o Embraer 190 atinge uma velocidade de cruzeiro de Mach 0,82 e um teto operacional de 41.000 pés.
Sua fuselagem, de 36,25 metros de comprimento e 28,73 metros de envergadura, proporciona amplo conforto aos passageiros, destacando-se pelo layout de assentos com dois corredores laterais.
Com informações da agência Reuters