DSEI revela cenário devastador da estiagem em aldeias Yanomami em Santa Isabel do Rio Negro  

 

Manaus (AM) ─ As mudanças climáticas têm causado impactos devastadores em diversas regiões do mundo, e a situação dos povos indígenas Yanomami no rio Marauia, que abriga 21 aldeias, no município de Santa Isabel do Rio Negro (distante 534 quilômetros de Manaus) é um exemplo alarmante e cenário de emergência por parte das autoridades públicas.

 

Um relatório do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), unidade gestora descentralizada do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) do Ministério da Saúde, revela uma situação devastadora causada pela estiagem, e os desafios enfrentados pelas equipes de saúde para levar atendimentos às aldeias das calhas de rios afluentes do rio Negro.

 

A enchente e a seca dos rios na Amazônia é um evento sazonal, mas este ano tem desencadeado uma série de desastres naturais que está afetando as vidas de mais de 461,4 mil famílias nos 62 municípios amazonenses, de acordo com o último Boletim da Estiagem 2024 divulgado pela Defesa Civil do Amazonas.

 

Veja o Boletim Estiagem 2024:

O exemplo mais assustador acontece no rio Marauia, onde se concentram centenas de indígenas. O acesso das equipes do DSEI às localidades para as atividades diárias se tornou impossível por conta da estiagem e centenas de indígenas Yanomami começaram a ficar sem acesso à água potável para consumo e ao atendimento de saúde básico.

 

Outros problemas informados no relatório do órgão são os incêndios florestais que atingem as malocas, construídas predominantemente de palha. Os Yanomami utilizam fogo em suas atividades diárias, se veem em uma posição vulnerável, com inúmeras casas consumidas pelas chamas.

Veja vídeo:

Em localidades de acesso as aldeias, o que antes eram cachoeiras, se transformaram em pequenos cursos d’águas, com a formação de obstáculos de pedras e árvores caídas dificultando drasticamente a logística do trabalho de distribuição de suprimentos essenciais e a assistência médica.

 

Ainda de acordo com o relatório do DSEI, as 21 aldeias indígenas enfrentam um aumento na prevalência de doenças como diarreia, desnutrição e infecções, exacerbadas pela crise hídrica.

 

No último dia 3 de setembro, a prefeitura de Santa Isabel do Rio Negro declarou Estado de Emergência nas áreas afetadas pela seca. A calha do rio Marauia necessita urgentemente de apoio logístico, incluindo motores de popa e serras para remover obstáculos nas vias aquáticas.

 

Acesso à água potável ─ O acesso à água potável é um dos maiores desafios enfrentados pelos Yanomami na região do rio Marauia. Muitas comunidades dependem de fontes naturais que, em períodos de estiagem, tornam-se escassas e contaminadas. A falta de infraestrutura para tratamento de água agrava a situação, colocando a saúde das populações em risco.

 

─ A crise hídrica no rio Marauia é um reflexo das mudanças climáticas e das dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas. A necessidade de intervenção imediata e de políticas públicas que garantam a saúde e o bem-estar dessas comunidades é urgente -, aponta o relatório do DSEI.

 

A Defesa Civil do Amazonas, Fundação Nacional do Índio (Funai) e outros órgãos públicos federais, estaduais e municipais buscam estratégias para mitigar essa crise, incluindo a distribuição de cestas básicas e a necessidade de garantir acesso à água potável.

 

 

Da Redação

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