Maduro acusa oposição de fascismo e diz que só entregará poder a outro chavista

Presidente Nicolás Maduro ataca oposição após justiça pedir prisão de Edmundo González 

 

São Paulo (SP) ─ O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na segunda-feira (02/08), num encontro com militantes do movimento bolivariano, que só entregará o poder para um outro mandatário do seu mesmo bloco político.

 

A fala ocorre no mesmo dia em que a justiça venezuelana emitiu um mandado de prisão contra o candidato que disputou a eleição presidencial contra ele, Edmundo González.

 

─ Sou, por razão da vida, o primeiro presidente chavista da história da Venezuela. e quando entregar meu mandato, entregarei a um presidente ou a uma presidente chavista, bolivariana e revolucionária -, afirmou Nicolás Maduro.

 

O líder venezuelano ainda acusou a oposição, liderada por María Corina Machado, de ter raízes no fascismo e de ser submissa aos interesses dos Estados Unidos.

 

Na cerimônia, chamada de Encontro das Cinco Gerações, Maduro fez uma leitura histórica do processo de desenvolvimento da América Latina, onde inseriu o próprio movimento político como força de resistência contra o que chamou de “abusos e genocídio” causado pelos Estados Unidos e pelos países da Europa.

 

 

─ O processo de resistência foi contínuo. Nunca deixamos de lutar. Os povos aborígenes resistiram, assim como os afrodescendentes que chegaram aqui. Se pudéssemos dizer uma diferença abismal entre o bloco histórico revolucionário, bolivariano e chavista — fundado pelo comandante Chaves — em comparação com as distintas facções da oligarquia nacional podemos dizer que eles não têm história. Eles têm dinheiro, ambição e interesses pessoais. Nós temos um legado que temos que defender com a nossa própria vida -, finalizou Maduro.

 

Eleição contestada ─ Os ataques de Maduro ocorrem em meio a denúncias da oposição e da comunidade internacional de que a eleição de julho, que consagrou um terceiro mandato ao líder bolivariano, foi fraudada. A autoridade eleitoral não apresentou dados desagregados por mesas de votação. E a oposição fez uma contagem paralela em que afirma que Edmundo González teria ganhado com mais uma maioria absoluta dos votos.

 

Desde então, uma onda de protestos eclodiu em Caracas e nas principais cidades do país.

 

As manifestações deixaram cerca de 27 mortos e mais 2.400 presos. O governo venezuelano culpou a oposição pelas mortes, enquanto os oponentes acusam o governo de realizar uma campanha de repressão.

 

 

Com informações da CNN Brasil

 

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