Parintins (AM) – É tradição o chefe do Executivo estadual prestigiar a tradicional Festa dos Visitantes, que abre o Festival Folclórico de Parintins. Mas este ano, o atual governador Wilson Lima (UB), não apareceu no evento comandado pela cantora Joelma, que reuniu mais de 30 mil pessoas. O motivo, no entanto, ainda não foi informado pela assessoria do governo.
Nos bastidores do palácio do governo, entretanto, a informação é que o governador vai evitar aparecer em grandes eventos aberto ao público com medo de ser vaiado novamente, como aconteceu na Marcha para Jesus e recentemente na “motociata”, realizada em Manaus com a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Assessores próximos ao governador se espalharam nas ruas de Parintins e encontraram um clima desfavorável do grande público para a participação de Wilson Lima na festa e, também, estão o aconselhando a não aparecer na abertura do Festival de Parintins, que acontece nesta sexta-feira, 24, com a apresentação boi Garantido.
Vaias preocupam governo – A estratégia do governo para tentar “blindar” o governador de novas vaias leva em consideração a presença de um público visitante de Manaus de mais de 110 mil pessoas, segundo expectativa da prefeitura de Parintins. Outra é as vaias que Wilson vem recebendo no interior, como aconteceu em Itacoatiara, Iranduba e, nesta semana, em Coari.
Outro clima desfavorável para Wilson Lima é o fato de ele ter ordenado a demissão do apresentador do festival, o humorista Abdias, o “Cabucão”. O artista da terra apresentou o evento durante 20 anos, e a sua saída por ordem do governador causou uma grande repercussão em Manaus e em Parintins. Ele vai ser substituído por um artista paulista, desconhecido e sem conexão com a festa.
Insatisfação é grande – A grande revolta da população amazonense com o governo acontece por conta do envolvimento do governador e assessores na compra superfaturada de ventiladores pulmonares em lojas de vinho e a falta de oxigênio medicinal nos hospitais, que causaram centenas de mortes durante o período crítico da pandemia.
Por conta disso, Wilson Lima foi alvo de mandados de busca e apreensão em sua residência e no seu gabinete pela Polícia Federal durante a operação Sangria. Três secretários de Saúde, indicados pelo governador, foram presos. O governador e mais 14 assessores são réus no Superior Tribunal de Justiça (STF) por suspeitas de crimes corrupção.