Manaus (AM) ─ “Não adoeçam, não precisem do sistema de saúde”. Esse foi o conselho do deputado Wilker Barreto (Cidadania) à população amazonense diante da situação precária encontrada no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, segunda-feira (19/02), durante fiscalização feita pelo parlamentar, que é integrante da Comissão de Saúde e Previdência da Assembleia Legislativa.
De acordo com Barreto, comparando a última visita feita por ele na unidade de saúde, no dia 11 de setembro de 2023, a atual situação é assustadora. “Conseguiram (o governo do Estado) piorar o que já estava ruim. Literalmente encontrei um hospital de guerra”, afirmou o deputado em pronunciamento da tribuna nesta quinta-feira (22/02).
O parlamentar detalhou as problemáticas constatadas no hospital, um dos maiores de Manaus, como enfermarias lotadas de pacientes, profissionais com salários atrasados, sistema de refrigeração sem manutenção, banheiros sem papel-higiênico e sabão.
─ A falta de materiais como fio cirúrgico e grampos para cirurgias ocasionaram a suspensão de procedimentos como a endoscopia -, denunciou. Em tom duro, Wilker criticou a falta de soluções por parte do governo do Estado para diminuir o caos na saúde.
Outro problema constatado na fiscalização foi o setor de ortopedia, que é a especialidade que mais tem pacientes. Um dos motivos de maior preocupação é a superlotação e o represamento de leitos, já que há uma lista com 95 pacientes esperando por cirurgias. Segundo a direção do hospital, são feitos, em média, 6 procedimentos diariamente.
Um dado que chamou atenção é que a média de entrada de pacientes de ortopedia gira em torno de 20 pacientes. “Eu nunca imaginei que aqui dentro, que eu achava que era uma referência, fosse desse jeito. O que a gente pode fazer é pedir ajuda”, afirmou o deputado.
CPI da Saúde ─ Diante da grave situação do Hospital 28 de Agosto, o deputado Wilker Barreto ingressou com um requerimento solicitando a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a falta de gestão com orçamento público da saúde.
─ O motivo da CPI que estou protocolizando a CPI é que nós temos o fato concreto. R$ 4,5 bilhões, R$ 500 milhões a mais gastos de um ano para o outro, e estamos vivendo o pior momento da saúde. Nós precisamos fazer o caminho do dinheiro, para onde foi o dinheiro da saúde? Cabe a esta Casa tomar providências, porque senão 2024 vai ser pior que foi 2023”, finalizou.
Com informações da assessoria de imprensa