Em menos de trinta dias, o índice de aprovação da administração do prefeito David Almeida (Avante) registrou uma queda de 2,4 pontos percentuais na avaliação dos amazonenses. A comparação foi feita com base na pesquisa da empresa Pontual divulgada nesta semana. O levantamento realizado no período de 24 a 29 de maio mostra que 40,6% da população classificou a atual gestão como ótimo/bom.
No dia 10 de maio, o Instituto Diário de Pesquisa (IDP) divulgou uma pesquisa relevando que 42,7% da população aprovavam o governo municipal (TER AM-08799/2022). A amostra foi realizada no período de 24 de abril a 8 de maio. A pesquisa da Pontual ouviu 1,4 mil pessoas na capital, enquanto o IDP entrevistou 1,8 mil em Manaus e 14 municípios.
A comparação entre os dois levantamentos mostra, também, que a gestão David Almeida “cresceu” 1,9% no conceito “regular” da população. Na pesquisa do IDP o prefeito tinha 39,3%, agora, na Pontual a administração dele aparece com 41,2%. Outro crescimento foi registrado na avaliação “ruim/péssimo” que saltou de 15,9% para 16,3% na atual amostragem.
Para tentar “mascarar” a rejeição, a equipe de marketing do prefeito somou a avaliação “regular”, ou seja, 41,2%, com 40,6% de “ótimo/bom” e conseguiu “driblar” a análise de diversos sites, blogs e portais tentando mostrar que a gestão alcançou 81,8% de aceitação popular. De acordo com pesquisadores, “regular” não é um significado de aprovação, mas sim, de assiduidade ou razoabilidade.
Os especialistas, também, avaliam que essa queda na aprovação da administração se dá pela insistência do prefeito em antecipar o processo eleitoral deste ano e o constante ato de apoio que Almeida vem dando ao governador Wilson Lima (União Brasil), pré-candidato à reeleição com uma rejeição popular de mais de 75%.
E a tendência é cair muito mais. Nesta quinta-feira (02/06), o prefeito anunciou publicamente o apoio, de seu partido e de seu grupo político, à reeleição do governador. O local escolhido foi o Studio 5, onde David Almeida enalteceu o colega. No sábado passado (28/05), durante a realização da Marcha para Jesus, Wilson Lima foi vaiado pelo público de mais de 10 mil pessoas presentes no Sambódromo.
Gestão conturbada ─ Desde quando assumiu o governo, em 2019, Wilson Lima tem tido uma imagem política bastante desgastada por ter sido o principal alvo da operação Sangria da Polícia Federal, que investiga suspeita de desvio de recursos da saúde na compra superfaturada de ventiladores pulmonares em loja de vinho. Os equipamentos seriam para atender pacientes com Covid-19.
O governador foi alvo de três ações de mandado de busca e apreensão em seu gabinete, no Palácio do governo, e na residência dele. Na operação, três ex-secretários de Saúde foram presos, assim como dezenas de servidores da pasta da saúde e empresários, suspeitos no envolvimento de desvio de recursos públicos.
Todos, inclusive Wilson Lima, são réus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que apura denúncias do Ministério Público Federal (MPF) por suspeitas de corrupção, peculato e fraude em licitação. O governador também foi denunciado pela CPI da Pandemia no Senado pela crise da falta de oxigênio em unidades de saúde de Manaus, que causou a morte de centenas de pessoas em 2021.
Sobre o processo, Wilson Lima deverá ser ouvido entre 28 de junho a 1º de julho, assim como todos os réus e testemunhas, em audiências marcadas pelo ministro do STJ, Francisco Falcão.
Recentemente, Lima também foi alvo de abertura de procedimentos administrativos pelo MPF e o Ministério Público do Estado (MPE) por suspeitas de irregularidades nas obras de pavimentação e duplicação da AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara. Com investimento de R$ 366 milhões, os trabalhos tiveram início em maio de 2021, e até agora a estrada encontra-se intransitável.