Políticos e SBPC lamentam morte de Ennio Candotti, um dos maiores cientistas do Brasil

Ennio Candotti na torre de visitação de 42 metros do jardim botânico ─ FOTO: Lucas Reis/Folhapress

 

Manaus (AM) ─ A Ciência brasileira perdeu o físico ítalo-brasileiro e professor Ennio Candotti, que faleceu nesta quarta-feira (06/12) aos 81 anos. Ele colecionou o maior número de mandatos como presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) ─ (1989-1991, 1991-1993, 2003-2005 e 2005-2007) – e como vice-presidente (1985-1987, 1987-1989, 2011-2013) e (2013-2015).

 

Fundador do Museu da Amazônia (Musa), o qual ainda administrava, em 1998, Ennio Candotti recebeu o prêmio Kalinga de Popularização da Ciência, dado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura por habilidades excepcionais na divulgação científica.

 

A morte do cientista foi lamentada por diversos políticos, entre eles, o presidente Lula (PT). “Sempre foi comprometido com o desenvolvimento cientifico brasileiro e a preservação do meio ambiente. Aos seus familiares, seus amigos e alunos minha solidariedade neste momento de tristeza e saudade”, postou Lula no Twitter/X.

 

O senador Eduardo Braga (MDB/AM) também lamentou a perda de Candotti e disse que o professor era italiano de nascença, mas “amazônida de coração”.

 

─ Em 2007, durante reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, ele, como presidente da SBPC, sugeriu a mim, como governador do Amazonas, a criação de um museu na floresta, o Musa, onde as coleções e os objetos expostos seriam os próprios insetos e plantas vivas que nascem, crescem e se multiplicam na floresta. No ano seguinte, conseguimos realizar o sonho, em 100 hectares da reserva Ducke. Era sua paixão e é a minha também. Seu legado precisa ser perene! -, disse Braga nas suas redes sociais.

 

A SBPC divulgou nota nesta quinta-feira (07/11) lembrando que nos anos 1970, Candotti foi uma importante figura contra as políticas nucleares do Governo Geisel (1974-1979). Por conta de seu ativismo político e científico, conheceu a SBPC. Foi a única pessoa a ser eleita quatro vezes para presidir a SBPC, com mandatos exercidos entre os anos de 1989 e 2007. Apaixonado pela Amazônia, sempre defendeu que o Brasil nunca será uma nação desenvolvida se não colocar a preservação ambiental como uma de suas prioridades.

 

─ A perda de Ennio Candotti é um choque tremendo para todos nós. Ennio se destacou no começo dos anos 1990 quando, presidente pela primeira vez da SBPC, conduziu a comunidade científica na luta pelo impeachment de um presidente acusado de corrupção. Mais tarde, em 2003, foi novamente eleito para dirigir nossa sociedade. Seu papel na luta pela educação e divulgação científica foi notável, deixando como outro legado a revista Ciência Hoje e um sem-número de projetos e iniciativas que sempre prestigiou -, disse o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro.

 

Da Redação

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