Manaus (AM) ─ A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28/09), a Operação Emergência 192 tendo como um dos principais alvos o prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa (União Brasil), um dos principais aliados do governador Wilson Lima (UB). Ele é investigado pela suspeita fraude em licitação de contratos firmados na compra de medicamentos e uma ambulância em uma loja varejista e materiais de construção no ano de 2020.
Presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), Anderson Sousa não se manifestou sobre a operação policial até o momento do fechamento dessa edição. A ação mobilizou 25 policiais federais, que cumprem cinco mandados de busca e apreensão em locais estratégicos identificados durante as investigações. Um dos locais de busca foi a residência do prefeito de Rio Preto, em um condomínio de luxo na área da Ponta Negra, zona Centro-Oeste de Manaus.
De acordo com a PF, a investigação se iniciou a partir de denúncia que inicialmente questionava a eficácia terapêutica dos medicamentos adquiridos por meio de dispensa de licitação. Adicionalmente, a denúncia levantou suspeitas sobre a idoneidade da empresa contratada, uma vez que sua atividade principal não está relacionada ao setor hospitalar, mas sim ao comércio varejista de materiais de construção.
Durante as investigações, foram apontados indícios de conluio, visto que as propostas apresentadas pelas empresas nas licitações continham similaridades textuais e erros ortográficos idênticos, o que sugere um acordo prévio para manipular o resultado dos processos licitatórios.
Verificou-se que os sócios das empresas concorrentes mantêm relações pessoais e de confiança entre si, incluindo relações afetivas e procurações outorgadas. Essas relações indicam a possível falta de competitividade e isenção nos processos licitatórios. Bem como, os sócios das empresas investigadas foram, em algum momento, assessores comissionados da Prefeitura de Rio Preto da Eva e possuem vínculos políticos e pessoais com outros sócios das empresas sob investigação.
A análise dos dados financeiros revelou saques fracionados e transferências suspeitas nas contas bancárias das empresas envolvidas, imediatamente após os pagamentos efetuados pela Prefeitura.
As medidas cautelares de busca e apreensão visam obter elementos que comprovem a prática dos crimes investigados, além de aprofundar a investigação sobre o destino dos recursos. Somadas, as penas dos crimes de fraude à licitação, peculato (desvio de recursos públicos) e associação criminosa podem ultrapassar 19 anos de reclusão.
Com informações da assessoria de imprensa