Manaus (AM) ─ Dezesseis policiais militares do pelotão Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) viraram réus do processo da chamada “Chacina do Ramal Água Branca”. A denúncia oferecida pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) foi recebida nesta terça-feira (21/03) e aceita pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri Popular, Fábio Lopes Alfaia.
Os militares foram identificados como Thiago da Silva Almeida, Raphaela Batista da Silva, Raimundo Nonato do Nascimento Torquato, Anderson Junio dos Santos Pimentel, José Vando Carioca Franco, Diego Bestes Bruce, Charlys Mayzanyel da Ressurreição, Tarle Coelho Mendes, Marcos Miller Jordão dos Santos, Stanley Ferreira Cavalcante, Jonan Costa de Sena, Anderson Ferreira de Sousa, Dionathan Sarailton de Oliveira Costa, Maykon Horara Feitoza Monteiro, Charly Mota Fernandes e Everton Souza de Oliveira
Todos eles foram denunciados pelo crime de homicídio qualificado pelo emprego de recursos que impossibilitaram a defesa das vítimas. De acordo como a denúncia, os militares são autores da chacina que teve como vítima Alexander do Nascimento Melo, Valéria Pacheco da Silva, Diego Máximo Gemaque e Lilian Daiane Gemaque. As vítimas foram mortas a tiros e os corpos largados em um carro na margem do ramal Água Branca, no quilômetro 35 da rodovia AM-010.
Provas ─ A denúncia do Ministério Público é uma das maiores já apresentada à Justiça do Amazonas, com 546 páginas, e foi elaborada e fundamentada, de acordo com o promotor Armando Gurgel, com base nas provas conseguidas no decorrer das investigações feitas pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
De acordo com o promotor, o Ministério Público não apontou na denúncia a motivação do crime, porém há provas robustas da participação do grupo na execução do crime.
As provas da participação dos militares na “Chacina do Ramal Água Branca” estão na denúncia em forma de provas testemunhais, provas técnicas com laudos técnicos periciais e imagens de câmeras de segurança, entre outros.
De acordo com a denúncia, no dia 21 de dezembro do ano passado, por volta de 0h31, os policiais Charles, José Vandré Tarle e Diogo Bruce na viatura 25-9210; além de Stanley, Jonan, Marcos Miller e Anderson, na viatura 25-9212, abordaram as vítimas que estavam em um Onix branco de placas QZO-3B24 em frente a casa 210 da rua Portland, na Cidade Nova.
De lá o quarteto de vítimas foi levado para o ramal do Acará, onde permaneceram por aproximadamente 1h30, e foi quando chegaram mais duas viaturas. Por volta das 3h, foram executados com vários tiros de espingarda e pistolas e abandonados no ramal.
O promotor explicou que agora terá início a instrução processual, porém ainda há diligências para serem concluídas sobre esse crime.
Com informações do portal A Crítica