Governador endivida o Amazonas em R$ 8 bilhões em apenas um ano  

Wilson Lima tem um orçamento de R$ 31,4 bilhões neste ano, e pediu mais dinheiro emprestado ─ FOTO: Reprodução

 

Manaus (AM) ─ O Governo do Amazonas, sob a gestão de Wilson Lima (União Brasil), pretenso candidato a uma vaga no Senado Federal nas eleições de 2026, está a caminho de acumular um endividamento recorde, totalizando R$ 8 bilhões em novas operações de crédito em um período de apenas um ano.

O novo pedido de empréstimo, aprovado em regime de urgência à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) quarta-feira (19/11), soma R$ 1,5 bilhão e se junta a outros R$ 6,5 bilhões já autorizados em janeiro deste ano.

Neste ano, com o orçamento estadual de R$ 31,4 bilhões para o período, o volume de endividamento representa uma parcela significativa das finanças do estado.

A velocidade na busca por financiamentos gera críticas do Legislativo, especialmente porque a gestão atual tem apenas mais um ano de mandato até seu término.

O novo pedido de R$ 1,5 bilhão, sob o Programa Estadual de Habitação, Infraestrutura, Saneamento e Capitalização do Fundo Garantidor de PPP, destina-se a financiar ações de habitação, infraestrutura básica e saneamento.

No entanto, a Mensagem Governamental nº 136/2025 foi enviada sem listar obras específicas ou indicar as localidades que serão beneficiadas, gerando forte oposição.

O deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) criticou a falta de detalhamento. “Ninguém consegue ir numa instituição financeira com três folhas de papel e arrancar R$ 1,5 bilhão sem dizer o que vai fazer com o dinheiro”, declarou, alegando que a ausência de especificações inviabiliza a análise do impacto do empréstimo.

Saída e cenário político ─ O alto endividamento ocorre em um momento crucial do calendário político. O governador Wilson Lima deverá deixar o cargo em abril do próximo ano, quando o prazo de desincompatibilização se encerra, para poder concorrer a uma das duas vagas no Senado Federal nas próximas eleições.

A aprovação do novo crédito, somado aos R$ 6,5 bilhões já sancionados no início do ano (aprovados pela Aleam em regime de urgência em apenas uma semana), reforça o questionamento sobre a pressa em comprometer o futuro financeiro do Amazonas na reta final do mandato.

Veja o pedido:

Da Redação

 

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