
Manaus (AM) ─ O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), elevou a tensão no tabuleiro político amazonense ao sinalizar, nesta quinta-feira (13/11) em entrevista a um grupo de jornalistas convidados, que pode romper o acordo firmado para as eleições de 2026 com um importante aliado.
Sem citar o nome do senador Omar Aziz (PSD), a quem havia declarado apoio ao Governo do Amazonas em julho, o prefeito usou uma entrevista para disparar indiretas sobre supostos “fogo amigo” e “cercos políticos” que estariam sendo armados contra ele.
A declaração de David Almeida surge após sofrer dois reveses políticos e judiciais em uma semana: a reprovação de suas contas de 2017 na Assembleia Legislativa (ALE-AM) ─ que pode gerar inelegibilidade – e a autorização de sete investigações contra ele pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
Ao ser questionado sobre o cerco político, o prefeito concordou com a hipótese e lançou mensagens cifradas contra o grupo político que ele desconfia estar por trás das articulações:
─ Eu estou fechado (Omar Aziz), meu apoio, mas eu já estou percebendo e eu posso mudar meu apoio. Se esse cerco continuar se fechando, eu posso mudar meu apoio.
─ O prefeito chamou ironicamente os que temem sua possível candidatura a governador em 2026 de “candidatos muletas”, questionando: “Quer dizer que são candidatos muletas? Só sai se for de bengala?.
Acusações de articulação ─ David Almeida denunciou a existência de “fogo amigo” e de “petelecadas” – termo que repetiu três vezes para se referir a ações orquestradas ─ operadas por pessoas “teleguiadas” e “invisíveis”. Ele prometeu que os responsáveis só “vão aparecer em março, quando a gente ver mediações partidárias.”
As falas de David Almeida, no entanto, o definem como um político de estilo confrontador e estratégico.
Ao enfrentar adversidades judiciais e políticas, ele não recua. Em vez de se defender passivamente, ele assume a ofensiva, transformando a vítima de “cerco” em um desafiante.
David utiliza as indiretas para enviar um ultimato claro ao seu principal aliado sem, contudo, formalizar o rompimento. Essa tática de “falar sem citar nomes” mantém o suspense e o poder de barganha até o limite das convenções partidárias (março).
Durante a entrevista, ao questionar o “medo” de tê-lo como candidato a governador, o prefeito disparou: “Que temor é esse?”. Mesmo negando a postulação, ele coloca seu nome no centro da disputa, forçando os demais grupos políticos a se posicionarem em relação à sua força eleitoral, caracterizando-o como um jogador que atua sob a premissa de que a política é feita de riscos e pressões.
Da Redação







